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MERCADO FINANCEIRO
 
Maior exportador do mundo não pretende aumentar a produção, para seguir surfando no petróleo acima de US$ 100. Bom para as petroleiras, que ajudaram o Ibovespa a fechar em leve alta: 0,38%.
 
 
Por Alexandre Versignassi
 
 
Joe Biden foi à Arábia Saudita neste fim de semana pedir por um aumento na produção de petróleo – uma medida que frearia os aumentos nos preços dos combustíveis, e também a queda de popularidade de seu governo (55% dos americanos desaprovam Biden; no início do mandato eram só 32%). Mas o presidente dos EUA saiu de mãos abanando: não rolou acordo.
 
A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo. Em junho, produziram uma média de 10,65 milhões de barris por dia (para comparar, a Petrobras tira 2,7 milhões de bpd). Em tese, o país teria capacidade para tirar até 12 milhões de bpd. Mas não indicou que pretende fazer isso.
 
"A mensagem é a seguinte: quem decide a oferta de petróleo é a OPEP+, e o cartel não está nem remotamente interessado naquilo que Biden pretende", disse Naem Salam, analista-chefe da Avatrade, uma plataforma de negociação de commodities, ao The Guardian.
 
Natural. O preço do petróleo não vinha subindo. Muito pelo contrário. Após atingir US$ 128 no início de maio, o barril caiu abaixo dos US$ 100 na semana passada. Do ponto de vista dos grandes exportadores (os 23 países da OPEP+, encabeçados pela Arábia Saudita), não é exatamente o melhor momento para aumentar a produção.
 
Para eles, afinal, o mundo perfeito é surfar na onda do petróleo acima de US$ 100 enquanto for possível, controlando as torneiras para evitar um excesso de oferta, que colapsaria os preços, e os lucros.
 
Para dar uma ideia: as exportações de petróleo da Rússia (segunda maior exportadora) fecharam junho em 7,4 milhões de barris por dia. De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia) este é o menor nível desde agosto de 2021, por conta das sanções pós-invasão da Ucrânia.
 
Mas… Os lucros cresceram brutalmente, para US$ 20 bilhões ao mês: 40% a mais do que a média de 2021 (ano em que o barril flutuou entre módicos US$ 51 e US$ 76).
 
A esnobada saudita em Biden puxou o barril para cima novamente. A demanda, afinal, segue alta desde o arrefecimento da pandemia. Está neste momento em 99,2 milhões de barris por dia – perto dos pré-pandêmicos 99,5 milhões de bpd. Sem aumento de oferta no radar, então, o único caminho dos preços é para cima.
 
A não ser que de fato comece a tão temida recessão global, catalisada pelos aumentos nos juros – mas essa ainda não é a realidade.
 
Petroleiras
 
Barril em alta, petroleiras felizes. Petroras, PetroRio e 3R fecharam bem:
PETR4: 2,29%
PRIO3: 6,71%
RRRP3: 2,26%
 
Isso ajudou o Ibovespa a fechar em leve alta, de 0,38%. Na contramão do exterior: o S&P 500 caiu 0,84%.
 
SLC Agrícola
 
Outro destaque do dia foi a SLC Agrícola (SLC3), produtora de algodão, soja e milho – e uma das poucas representantes do agronegócio no Ibovespa. As ações da companhia vinham experimentando uma queda forte: 31% do início de junho até a última sexta.
 
Na semana passada, a SLC anunciou que aproveitaria esse tombo para fazer uma grande recompra: 4 milhões de ações ao longo de 18 meses (4,2% do total) – recompras sempre são uma amostra de que os controladores confiam no taco da companhia. Num primeiro momento após o anúncio, as ações seguiram em queda. Hoje, porém, o mercado parece ter dado seu voto de confiança também. Alta de 4,51%.
 
 
Até amanhã!
 
Maiores altas
PetroRio (PRIO3): 6,71%
SLC Agrícola (SLCE3): 4,51%
JHSF (JHSF3): 3,78%
Petrobras (PETR3): 3,33%
Cielo (CIEL3): 2,96%
 
Maiores baixas
Eztec (EZTC3): -5,88%
BRF (BRFS3): -5,67%
Petz (PETZ3): -5,10%
Méliuz (CASH3): -4,50%
Marfrig (MRFG3): 4,46%
 
Ibovespa: 0,38%, a 96.916 pontos
 
Em NY:
S&P 500: - 0,84%, a 3.830
Nasdaq: - 0,81%, a 11.360
Dow Jones: - 0,69%, a 31.071
 
Dólar: 0,38%, a R$ 5,42
 
Petróleo
Brent: 5,05%, a US$ 106,27
WTI: 5,13%, a US$ 99,42
 
Minério de ferro: 5,51%, a US$ 101,40 por tonelada na bolsa de Cingapura

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