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Abril Comunicações
ABERTURA DE MERCADO
 
Inflação de junho no Brasil e relatório de empregos nos EUA dão o tom do mercado, que acordou andando de lado.
 
 
Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
 
 
A manhã é de suspense. Às 9h sai o IPCA de junho, que vai ditar o humor do mercado com tanta força quanto a PEC kamikaze/dos auxílios/das benesses/do "pelo amor de deus eu tenho que dar um jeito de ganhar essa eleição aí".
 
Haja suspense. Depois de chegar a um pico em março (1,62%), a inflação desacelerou, cravando 1,06% em abril e 0,47% em maio. Isso puxou o IPCA dos últimos 12 meses (que é o conta) para baixo, de 12,13% em abril para 11,73% no mês seguinte.
 
Bacana. O problema é que o IPCA-15, a prévia da inflação, já colocou água nesse chopp. Nos primeiros 15 dias de junho, ele fechou em 0,69% – acima do 0,59% que tinha registrado no mesmo período de maio. Ou seja: é razoável a chance de o IPCA em 12 meses suba de novo. Se for isso mesmo, portas abertas para mais aumentos nos juros, e mais baixas na bolsas.
 
Por outro lado, onde a vaca vai, o boi vai atrás. E a vaca do nosso mercado são as bolsas americanas, que também estão na expectativa por um índice definidor: o Payroll, relatório de emprego dos EUA.
 
Aí a leitura é de cabeça para baixo: se ele vier bom, é ruim; e vice-versa. Por causa do seguinte: alta geração de emprego e salários subindo significam que o Fed estará livre para subir os juros com força, posto que há uma inflação recorde a ser domada. Se os números vierem capengas, servirá de indício que a economia está criando anticorpos contra a inflação por conta própria. Com menos emprego, os preços baixam sozinhos, sem que o Fed tenha de pesar a mão – e se o Fed pega leve o mercado fica feliz. Vejamos o que vem, então.
 
 
• Futuros S&P 500: -0,08%
• Futuros Nasdaq: -0,33%
• Futuros Dow: 0,08%
 *às 8h00
 
 
 Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,51%
• Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,11%
• Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,25%
• Bolsa de Paris (CAC): 0,55%
*às 8h02
 
 
 Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,33%
• Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,10%
• Hong Kong (Hang Seng): 0,38%
 
 
 
 Brent: -0,09%, a US$ 104,56
• Minério de ferro: -1,27%, a US$ 113,00 por tonelada, em Singapura.
*às 8h05
 
 
9h IBGE divulga IPCA de junho
9h30 EUA divulga relatório payroll de criação de vagas
 
 
 
Endividadas
As empresas brasileiras estão começando a se endividar mais. Com o mercado de renda fixa aquecido, as companhias passaram a emitir mais títulos de dívida (debêntures, LCIs, LCAs – depende do tipo de empresa) para captar recursos. Mas tem um problema: elas precisarão devolver o dinheiro emprestado com juros altos, agora que a Selic tem 2 dígitos. O mercado começou a temer que algumas delas não consigam arcar com as dívidas lá na frente. Gestores de renda fixa disseram ao Estadão que as instituições têm recusado emitir dívidas de companhias que consideram arriscadas.
 
Poupança enfraquecida
A poupança teve R$ 50,5 bilhões a mais em saques que em depósitos durante o primeiro semestre do ano. Os saques foram de R$ 1,808 trilhão, enquanto os depósitos somaram R$ 1,758 trilhão. É a maior retirada registrada para o período desde 1995, quando começou a série histórica. Natural: com a Selic na alturas, os fundos de renda fixa estão pagando o dobro da poupança. As informações de abril, maio e junho foram divulgadas ontem pelo BC, agora que a instituição retomou a divulgação de dados após a greve dos servidores.
 
 
Quem ganhou com o colapso cripto
O BNP Paribas, um banco francês que atua em Wall Street, tinha compilado 50 ações (boa parte delas relacionadas a cripto) que considerava superfaturadas e aconselhou seus maiores clientes a apostarem na queda desses ativos. Os clientes eram fundos de pensão, fundos de hedge, gestores de grandes fortunas – só grandões de Wall Street. Com o cripto crash de 2022, eles ganharam (muito) dinheiro. Esta reportagem do New York Times conta como instituições do sistema financeiro tradicional se deram bem com o colapso das criptomoedas. E como investidores menos experientes, em contrapartida, se deixaram enganar pela euforia desse mercado.

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