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ABERTURA DE MERCADO
 
Resultados de bancões americanos e empresas de tecnologia podem ditar o humor dos mercados, enquanto Banco Central Europeu deve finalmente elevar os juros.
 
 
Por Bruno Carbinatto
 
 
Bom dia!
 
A temporada de balanços corporativos começa a esquentar em Nova York, com dois bancões, o Goldman Sachs e o Bank of America, divulgando seus resultados nesta manhã. Depois do pregão, é a vez da IBM iniciar a sequência de balanços tech. Na semana, seguem Johnson & Johnson e Netflix na terça-feira, Tesla na quarta-feira e Twitter na sexta-feira.
 
Os balanços devem trazer novas pistas para investidores sobre como as empresas estão caminhando em meio a um cenário de inflação alta persistente e crescimento fraco – e podem injetar doses de pessimismo ou otimismo quanto aos temores de recessão e “estagflação”, dependendo dos números.
 
O começo já não foi tão animador: na semana passada, JPMorgan, Morgan Stanley e Wells Fargo divulgaram seus dados do segundo trimestre e apresentaram um desempenho pior que o esperado pelos analistas. Mas, pelo menos, o JPMorgan, maior banco dos EUA, disse não ver grandes sinais de recessão por lá.
 
Em uma semana esvaziada de indicadores, o outro passatempo dos investidores vai ser tentar adivinhar o próximo passo do Fed – um aumento nos juros mais agressivo, de um ponto percentual, ou um mais suave, de 0,75 p.p.? Na semana passada, a primeira opção parecia a mais provável, mas, agora, a segunda voltou a ser a aposta majoritária, já que um passo mais radical do Fed pode levar a economia americana de vez para o buraco.
 
Enquanto isso, na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) deve finalmente aumentar os juros no velho continente – a última vez que fez isso foi em 2011. Agora, o mercado vai buscar pistas de qual será o ritmo dos próximos passos do BCE. Vale lembrar que o órgão está atrasado em relação aos seus pares do mundo desenvolvido – EUA, Canadá e Reino Unido, por exemplo, já começaram sua trajetória de aumentos de juros há mais tempo. No bloco europeu, a inflação já é de 8,6%.
 
Por aqui, mais tensão política com o encontro de Bolsonaro com embaixadores em Brasília, onde o presidente promete mostrar supostas irregularidades nas eleições de 2014 e 2018. Bolsonaro vem atacando o sistema eleitoral brasileiro há bastente tempo, sem nunca apresentar provas. O novo episódio dessa novela pode desgastar ainda mais sua relação com o Judiciário em tempos já instáveis. Mais uma dor de cabeça para o Ibovespa.
 
Bons negócios.
 
 
• Futuros S&P 500: 1,02%
• Futuros Nasdaq: 1,20%
• Futuros Dow: 0,97%
 *às 8h18
 
 
 Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,40%
• Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,28%
• Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,38%
• Bolsa de Paris (CAC): 1,51%
*às 8h19
 
 
 Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,04%
• Bolsa de Tóquio (Nikkei): feriado, sem pregão
• Hong Kong (Hang Seng): 2,70%
 
 
 Brent: 2,54%, a US$ 103,73*
• Minério de ferro: 5,51%, cotado a US$ 101,40 por tonelada em Cingapura
*às 8h08
 
 
Pela manhã - Balanços do Goldman Sachs e Bank of America
Após o pregão - Balanço da IBM
 
 
 
Seminovo > novo
Em condições normais, um carro seminovo perde de 15% a 20% do valor original depois de um ano de uso. Mas, para a indústria automobilística, as condições não estão normais há mais de um ano: atingida pela escassez de peças essenciais para a produção de novos veículos, as montadoras foram obrigadas a pausar a fabricação de segmentos inteiros. Elas passaram a priorizar a fabricação de modelos mais caros, que garantem um retorno maior. Por isso, alguns segmentos populares viraram raridade no mercado. Aí vem a lei da oferta e demanda: com poucos carros à venda, o preço sobe. Agora, veículos usados estão valendo mais do que quando saíram da fábrica. Na média, eles valorizam 7,1% em um ano, apurou o Estadão. A maior valorização verificada foi a do Mobi, da Fiat: foi de R$ 41 mil para R$ 52,5 mil — 28% mais caro depois de um ano de uso.
 
 
 
Biden vai à Arábia Saudita
A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, ganhou mais influência no cenário internacional à medida que autoridades americanas e europeias passaram a buscar por saídas para conter os altos custos de energia. Biden voou até lá na semana passada com a missão de estreitar laços com o governo saudita e abrir caminho para futuros acordos. Mas para o príncipe Mohammed bin Salman, o petróleo não é a única prioridade do momento: ele corre para diversificar a economia da Arábia Saudita e transformar o país em um polo de modernização. Esta reportagem da Bloomberg investiga essa economia em rápida transformação.
 
Golpe de cripto
Em dezembro de 2021, a plataforma de negociação de criptomoedas MSK comunicou, via redes sociais, que pararia de operar. Prometeu que pagaria os 4000 clientes de volta, mas não pagou. Agora, a polícia federal investiga a MSK por lavagem de dinheiro e esquema de pirâmide que teria movimentado cerca de R$ 700 milhões. Leia sobre a investigação nesta reportagem da Folha.

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