Bom dia! Os deputados federais devem votar, hoje, a “PEC Kamikaze”, ou “PEC das bondades”, que amplia o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e institui uma série de benefícios para a população, como vouchers para caminhoneiros e taxistas, entre outras medidas. Como este ano tem eleições, o texto também institui um estado de emergência, para possibilitar a ampliação do pagamento dos benefícios em ano eleitoral, o que é vedado pela legislação. A justificativa usada é que a economia passa por um período “imprevisível” e "extraordinário” por conta do aumento do preço dos combustíveis. No total, serão R$ 41,25 bilhões de bondades. E o custo inflacionário dessa série de medidas eleitorais será alto. O IPCA em 12 meses está em 11,89%, e os juros futuros – as apostas do mercado sobre qual será a Selic no futuro – seguem subindo com a perspectiva que o governo já abandonou qualquer responsabilidade com o controle das contas públicas em prol da reeleição. Mas o risco fiscal não é o único problema enfrentado pelo Ibovespa. Não dá para encontrar conforto nos EUA, onde os índices futuros abriram em queda hoje enquanto os investidores americanos esperam o CPI, o índice de inflação, de julho, que é divulgado amanhã. As expectativas não são otimistas, e o mercado continua enfrentado ameaça de recessão por lá. As notícias vindas da China são ainda menos animadoras, onde as ameaças de novas restrições para conter a Covid-19 seguem derrubando a demanda mundial por commodities. O minério de ferro amanheceu em queda de quase 5% na bolsa de Cingapura nesta terça-feira; ontem, o preço já havia despencado e levado consigo o pesado setor de mineração e siderurgia do Ibovespa: a Vale, por exemplo, caiu 3,41%. Esse combo de problemas tira gás na bolsa brasileira. Em junho, a B3 registrou um volume de negócios 25% menor em relação ao mesmo período do ano passado; de maio para cá, o valor caiu 8,7%. Ontem, o pregão somou apenas R$ 16,5 bilhões, bem abaixo da média de R$ 27 bi. Bons negócios. |
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