POVO MUNDURUKU SOB ATAQUE E DESPROTEGIDO
O povo Munduruku está
sob ataque intenso de garimpeiros ilegais, que além de invadirem a Terra
Indígena, queimarem aldeias e destruírem a sede da Associação de Mulheres
Wakoborũn, chegaram a impedir que a etnia se desloque de Jacareacanga, no
sudoeste do Pará, até Brasília, para pedir socorro ao governo federal e ao
Congresso Nacional. O ônibus que conduziria as lideranças teve todos os pneus
furados e o motorista sofreu ameaças.
O Ministério Público
Federal enviou requisição direta à Força Nacional de Segurança Pública e à
Polícia Rodoviária Federal para que “empreguem agentes, veículos e equipamentos
em quantitativo suficiente para garantir a segurança pessoal e realizar a
escolta dos indígenas pretendam se locomover”. Além disso, peticionou à Justiça
Federal em Itaituba, pedindo garantia às lideranças que precisam participar das
reuniões e manifestações marcadas na capital federal, lembrando que, em
setembro de 2020, indígenas favoráveis ao garimpo foram transportados em avião
da Força Aérea Brasileira até Brasília, para defender as atividades ilegais.
O MPF requereu,
também, a execução da multa de R$ 50 mil por dia contra o governo federal, pelo
descumprimento da ordem judicial de 29 de junho que ordenou o retorno das
forças policiais federais para a região de Jacareacanga, após uma série de
ataques contra a Polícia Federal e uma aldeia indígena.
Os atentados são
atribuídos à ausência do Estado Constitucional e ao fortalecimento de um grupo
“cujo método de alteração da realidade é a violência”, apontam os procuradores
da República, mesmo o Supremo Tribunal Federal tendo ordenado na Ação por Descumprimento
de Preceito Fundamental (ADPF) 709 ações para coibir a invasão das terras
indígenas do povo Munduruku.
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