GRANDE BELÉM AMANHECE SEM ÔNIBUS E COM PARADAS LOTADAS

 


Transporte alternativo e aplicativos foram as alternativas de quem precisava sair de casa na manhã desta quinta-feira (27)

 

Como decidido na noite desta quarta-feira (26), rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba entraram em greve. Com isso, a Região Metropolitana amanheceu sem ônibus e com paradas cheias de pessoas confusas e preocupadas sobre como chegar a compromissos. Desde as 5h, não se vê ôniubus dos cerca de 2 mil veículos que circulam entre as três cidades diariamente.

 

O enfermeiro Davi dos Reis, que trabalha em uma fábrica em Icoaraci, esperava alguma condução na rodovia BR-316, próximo à Prefeitura de Ananindeua. “Eu vi que ia ter greve pelos grupos de WhatsApp e pelo jornal também. Eu, que trabalho lá em Icoaraci, já fica complicada a tarefa de pegar vários ônibus pra chegar no emprego e se tornou mais complicada ainda com essa greve”, conta o jovem, que mesmo sabendo que não tinha ônibus na rua, resolveu arriscar. Chegou ao ponto cerca de 5h15. Em 30 minutos, não viu nenhum transporte. “O que passar primeiro a gente vai", completou.

 

Para quem não conseguia se deslocar, o jeito era apelar ao transporte alternativo com vans e micro-ônibus. Em dias assim, os preços costumam deixar de se equipararem à tarifa praticada na Grande Belém e chega aos R$ 5. Desde cedo, as tarifas de transporte por aplicativos já estavam mais elevadas e essa deve ser uma situação constante ao longo do dia.

 

Pauta dos rodoviários não é só econômica, diz sindicalista

 

Ewerton Paixão, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belém (Sintrebel), explica que a greve começa na pauta econômica. As perdas salariais da categoria chegam a 10%. E nem essa reposição da inflação foi aceita pelos empresários.


"Ano passado não houve negociação. Os empresários alegam dificuldades. Todo mundo sabe que esses ônibus andam lotados e dizem que não têm receita. Como não? E ainda querem suspender as negociações por mais seis meses e retirar direitos conquistados, como tíquete-alimentação e  auxílio clínica. Somos uma categoria que não paralisou pela pandemia por seremos essenciais. Como somos essenciais se nem vacinados estamos? Ananindeua começou, mas Belém ainda não tem sinalização. Não é só salário. É vacina também. Muitos trabalhadores adoeceram e morreram e os empresários nada fazem", declara Ewerton.



Fonte/Foto: O Liberal/Thiago Gomes

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