RESUMO DO DIA – EDIÇÃO DA NOITE | SEGUNDA-FEIRA, 08 DE FEVEREIRO DE 2021
STF DEVE VALIDAR ACESSO DE CONVERSAS DA LAVA JATO PARA DEFESA DE
LULA
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) deverá validar nesta terça-feira a
legalidade do compartilhamento de dados da Operação Spoofing com
a defesa do ex-presidente Lula, segundo o colunista Kennedy Alencar. Essa
operação da Polícia Federal apreendeu e atestou a autenticidade mediante
perícia de mensagens de Telegram trocadas entre integrantes da Lava Jato.
Nessas conversas, há evidências de que o então juiz Sergio Moro e
procuradores da República, especialmente Deltan Dallagnol, corromperam o
processo judicial no curso da Operação Lava Jato. Houve uma coordenação entre
juiz e acusação para condenar Lula, o que é ilegal no direito processual penal.
Moro e Dallagnol negam conluio. Também questionam a veracidade das conversas,
apesar da perícia.
Se for confirmada a legalidade do compartilhamento das conversas,
abre-se espaço para que Moro seja declarado suspeito (parcial), anulando
sentenças.
Três integrantes da Segunda Turma deverão dar vitória a Lula no
julgamento da suspeição de Moro: Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Kassio
Nunes. Carmén Lúcia poderia ser o quarto voto a favor do ex-presidente, mas o
histórico de ceder ao humor da opinião pública alimenta desconfianças sobre a
revisão da posição da ministra. Fachin deverá manter sua decisão contra a
suspeição.
O que dizem os integrantes da Lava Jato?
Procuradores que integraram a Lava
Jato defendem que a perícia da defesa de Lula nas mensagens
apreendidas não atesta a autenticidade do material. Afirmam que a divulgação
das mensagens é "um evidente plano de comunicação para influenciar" o
julgamento de suspeição do ex-juiz Sergio Moro no STF e "anular
condenações bastante sólidas".
"Trata-se, assim, de material ilícito, que não tem
autenticidade comprovada e, portanto, imprestável", diz um ofício assinado
por dez procuradores da força-tarefa. O documento foi enviado hoje para a PGR
(Procuradoria-Geral da República), para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e
para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
À época da ordem de prisão de Lula, em abril de 2018, a força-tarefa comemorou o fato,
segundo a troca de mensagens pelo aplicativo. Os procuradores do MPF
(Ministério Público Federal) de Curitiba disseram que a sede da PF (Polícia
Federal) na capital paranaense iria se tornar um "local de
peregrinação".
"Meooo caneco. Não da nem pra acreditar. Melhor esperar
acontecer", escreveu o coordenador da força-tarefa à época, procurador
Deltan Dallagnol (a grafia das conversas foi mantida tal como consta na perícia
de Lula).
A mensagem é de 5 de abril às 18h19, momentos após o despacho do
mandado de prisão pelo ex-juiz Sergio Moro em razão da condenação de Lula no
processo do tríplex. "Meu caneco" é uma expressão regional do Paraná
usada quando se está admirado com algo.
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Fonte/Foto: Lúcia Valentim Rodrigues, do UOL
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