AGORA | PREFEITOS PEDEM SAÍDA DE PAZUELLO APÓS TEREM DE SUSPENDER VACINAÇÃO
Eles reclamam da interrupção da reposição e falta de previsão de
novas remessa de vacinas
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) pediu a saída do
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em nota divulgada nesta terça-feira,
reclamando da interrupção da reposição e falta de previsão de novas remessa de
vacinas contra a covid-19.
Gestores locais "assistem e vivem desesperadamente a angústia
e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas
contra a covid-19", diz o texto assinado pelo presidente da CNM, Glademir
Aroldi, em nome do movimento municipalista.
"A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de
várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos
prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição
das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo ministério",
afirma.
Os prefeitos reclamam da falta de diálogo com o Ministério da
Saúde na gestão de Pazuello. "A pasta tem reiteradamente ignorado os
prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo. Seu comando não
acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento
necessário para a aquisição de vacinas."
A CNM afirma que as ações do ministério, até o momento, só
ocorreram por reação à pressão política, mas a imunização não é feita de forma
organizada e transparente, com cronograma claro.
"Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à
expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando
assim a população do país."
"Por considerar que a vacinação é o único caminho para
superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento
econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições
para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária,
urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos
brasileiros", pressiona a CMN.
A nota foi divulgada horas depois de outra entidade de prefeitos,
a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), ter solicitado uma ação urgente do
Ministério da Saúde para a discussão de um cronograma para a imunização. A FNP
também responsabiliza o governo federal pela interrupção de vacinação nos
municípios.
A reação dos prefeitos ocorre num momento em que Pazuello está
sendo pressionado também pelo Congresso e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O
ministro esteve no Senado na semana passada para prestar esclarecimentos sobre
o Plano Nacional de Imunização, mas os parlamentares não se convenceram e
ameaçam instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Na segunda-feira, o ministro do STF Ricardo Lewandowski deferiu
pedidos formulados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que
investiga a atuação do ministro da Saúde na gestão da crise da covid-19.
Pazuello pode responder pelo colapso de abastecimento de oxigênio
em Manaus e pela decisão da pasta de financiar a fabricação e distribuição de
cloroquina no tratamento da doença, ainda que nenhum estudo científico
recomende ou comprove a eficácia do medicamento.
Fonte/Foto: Malu Delgado, Valor — São Paulo/Pedro
França, Agência Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário