RESUMO DO DIA – EDIÇÃO DA MANHÃ | SEXTA-FEIRA, 08 DE JANEIRO DE 2021
SÉRGIO AMARAL: FIDELIDADE DE BOLSONARO A TRUMP COLOCA BRASIL DO
"LADO ERRADO"
A derrota de Donald Trump nas
urnas ganhou dimensão histórica sem precedentes após a invasão do Capitólio por
seus apoiadores na noite de quarta, mas pode também trazer consequências para o
Brasil. O motivo é a relação que o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) com o republicano:
"Acredito que podemos sair mais isolados. Nós
somos um dos últimos países a se afastar de Trump, e, hoje, ele está no mais
completo isolamento. Nós escolhamos estar ao seu lado", avalia o
embaixador Sérgio Amaral, que ocupou justamente o posto de representante do
Brasil nos Estados Unidos (EUA) entre setembro de 2016 e junho de 2019.
Em entrevista ao colunista Jamil
Chade, que o UOL publica hoje, o embaixador avalia, à luz dos
últimos acontecimentos, que a democracia saiu vitoriosa. Isso porque, ao se
recusar a reconhecer o resultado das urnas, o presidente norte-americano inicia
um novo ciclo político, que Amaral classifica como "negacionista".
"Mas o resultado foi uma segunda derrota. E essa segunda derrota é ainda
mais importante, pois entregou aos Democratas o controle do Senado. Isso
fortalece muito a eleição de Biden. Não apenas no plano interno, mas também na
política internacional."
Para o Brasil, será preciso uma mudança na política
externa. "Não existem condições de a política externa não se ajustar a
esse novo momento. [...] A grande aliança EUA-Europa se faz por convergência na
agenda ambiental. Ela pode reunir movimentos politicos com grande determinação
na agenda ambiental."
Será que nós seremos atores relevantes desse novo
processo, e será que nós seremos convidados a sentar à mesa de negociações
principais, como aquelas que poderão ser negociadas nessa cúpula? Nesse
isolamento, mais do que vítimas, somos atores desse isolamento. Nós preferimos
nos colocar na posição de isolamento.
EUA: O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
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eleição no Brasil
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Neto
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Capitólio, diz Biden
- Washington prorroga toque de recolher por 15 dias após invasão
ao Capitólio.
Fonte/Foto: Clarice Cardoso, do UOL
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