PARÁ | PF DEFLAGROU HOJE OPERAÇÃO CONTRA ESQUEMA QUE FRAUDOU 64 MI DE RECURSOS PÚBLICOS
Polícia Federal em Redenção-PA |
A operação da PF foi batizada de Magna Dolum
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã de hoje (8), a operação
Magna Dolum com o objetivo de reprimir organização criminosa constituída para
fraudar licitações destinadas à execução de obras públicas.
90 policiais federais participam da operação.
A ação dos criminosos consistia na utilização de empresas
meramente “de fachada”, desprovidas da mínima estrutura de maquinário e de
pessoal para a execução das obras contratadas, principalmente nos municípios
paraenses de Conceição do Araguaia, Santa Maria das Barreiras, além da
Secretaria Estadual de Transportes do Pará (Setran).
Os reais administradores das empresas (ocultados pela participação
de sócios “laranjas”) mantinham frequentes contatos com servidores públicos
municipais e estaduais, os quais recebiam vantagens indevidas para beneficiar
as pessoas jurídicas que fazem parte do esquema delituoso, praticando atos que
vão desde o direcionamento dos certames, passando pela facilitação da
fiscalização das obras, até a agilização de pagamentos.
PF fez busca e apreensão, além de prisão
Além disso, a investigação, que contou com interceptações
telefônicas e quebra de sigilo bancário, autorizados pela Justiça, revelou que,
das contas bancárias das empresas “de fachada” partem transferências de valores
para outras pessoas (físicas e jurídicas), sem justificativa aparente, sugerindo-se,
assim, a prática de atos para ocultar a verdadeira origem dos recursos (lavagem
de dinheiro).
Diante dos fatos, a Polícia Federal representou pela busca e
apreensão em 21 endereços, pela prisão preventiva de 4 investigados, pelo
afastamento do cargo dos servidores públicos envolvidos nos atos de
favorecimento das empresas, pelo sequestro judicial de bens do patrimônio dos
investigados e por uma nova quebra de sigilo bancário.
Ao apreciar os pedidos, o juízo da 4ª Vara Federal da Seção
Judiciária do Pará, concordando integralmente com as representações policiais,
deferiu os mandados de busca e apreensão, para cumprimento em endereços
residenciais e de órgãos públicos.
Os mandados de prisão preventiva têm como alvos 3 responsáveis
pela gestão das empresas “de fachada” e um servidor público municipal.
Há ordens judiciais, ainda, para o afastamento dos cargos de 4
servidores públicos estaduais e 2 municipais; o sequestro de vários bens móveis
(dentre eles, uma embarcação e uma aeronave) e imóveis (dentre eles,
propriedades em condomínios de luxo); e a nova quebra do sigilo dos dados
bancários, a fim de demonstrar todo o percurso feito pelo dinheiro no processo
de branqueamento de capitais, bem como de pagamento de vantagens indevidas. De
2010 a 2019, o grupo criminoso teria se apropriado de mais de R$ 64 milhões, em
recursos públicos federais, estaduais e municipais.
Os envolvidos poderão responder, na medida de suas participações,
pelos crimes de fraude à licitação, corrupção passiva, lavagem de dinheiro;
além de outros que possam surgir no desenrolar das investigações.
- Com informações da Polícia Federal
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