FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA AMAZÔNIA | NAVIO PRESIDENTE VARGAS - O TITANIC DOS ANOS 70
Uma época de ouro na navegação amazônica, que levava turistas para
conhecer as belezas dos rios nativos. Ecos de um passado de prosperidade.
A misteriosa história de um navio feito na Europa, de luxo nunca
visto no norte do Brasil, poltronas de couro, ar condicionado, com capacidade
para 500 passageiros que antes de naufragar, permitiu que todos os passageiros
desembarcassem tranquilamente no cais ... e depois afundou, gerou uma história
incrível e que até hoje causa muita polêmica, conhecida como o Titanic da
Amazônia.
Houve um tempo em que navios fabricados na Europa ligavam Belém a
toda a grande região da Amazônia. Dentro, a classe popular em suas redes
convivia de maneira pacífica com a classe executiva em seus camarotes, salas de
leitura e restaurante. Parte deles naufragou nos rios, parte virou ferro velho,
condenando ao esquecimento um capitulo muito especial na história desta terra.
Apogeu e Decadência - Os navios da chamada Frota Branca, eram as
jóias mais especiais da Enasa, a Empresa de Navegação da Amazônia. Foram os
mais luxuosos e velozes que já passaram por aqui, vindos da fabrica da Holanda,
atendendo o Marajó e o baixo amazonas, com capacidade para levar até 500 passageiros
cada.
As jóias que faziam a riqueza da Enasa, tiveram fim trágico e
decadentes.
Depois de uma vida relativamente curta e de muitos serviços,
tiveram fins trágicos como a Empresa que sumiu nos desvios e descontroles
públicos do país. O navio Leopoldo Perez, ao navegar pelo estreito de Breves,
foi abalroado por uma corveta da Marinha, afundando imediatamente. Apesar de
ser a noite e estar com cerca de 400 passageiros a bordo, inexplicavelmente,
não houve vítimas.
O Lobo D'Almada, e Lauro Sodré acabaram abandonados em um dos
portos à margem da Baía do Guajará, num cemitério de navios, em virtude de uma
disputa judicial. O Augusto Montenegro acabou quase totalmente no fundo da baía
de Guajará, próximo ao barranco de Miramar em Belém.
O último a ser apresentado, o Presidente Vargas, foi o mais
luxuoso e o primeiro a deixar a Frota. O Presidente Vargas tinha três classes
distintas, ar condicionado.
Um naufrágio sem nenhuma vítima (?)
Era domingo, 4 de junho de 1972, às 21 horas, no Porto de Soure,
na ilha do Marajó. Havia desembarcado toda a sua lotação de passageiros. No
misterioso naufrágio onde não houve vítimas, rumores falavam em crime
premeditado por obscuras razões, considerando que ele tinha recentemente
passado por reformas. O navio "fez água" calmamente, a ponto de
passageiros e tripulação poderem sair ilesos do "Presidente Vargas".
As circunstâncias do naufrágio - nunca esclarecidas - e as
tentativas frustradas de retirá-lo do fundo do rio Paracauary apontam para um
"naufrágio calculado", na opinião de um especialista da área.
Um naufrágio que ficou conhecido como o do Titanic da Amazônia.
Era considerada a mais suntuosa embarcação de toda a bacia amazônica. Com
poltronas de couro, cada uma com cinzeiro, o navio tinha cara de iate. Seus
amplos compartimentos e largos corredores se assentaram no imaginário de quem
viveu a época. Sucateada e mal administrada, a Enasa passou para o controle do
estado do Pará no final da década de 1990.
Fonte/Foto: VIA AMAZÔNIA
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