NATUREZA | PARÁ TERÁ PRIMEIRO CENTRO ESTADUAL DE TRIAGEM E REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES
O local terá um espaço para exposição de animais reabilitados. |
Espaço funcionará na
Região Metropolitana de Belém com a expectativa de atender até 10 mil animais
por ano
O governo do Estado
construirá o primeiro Centro Estadual de Triagem e Reabilitação de Animais
Silvestres (Cetras) do Pará. A iniciativa é pioneira e foi anunciada pelo
titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O'de
Almeida, nesta sexta-feira (5). A data marca o Dia Mundial do Meio Ambiente.
"O Estado nunca
teve uma estrutura como essa que planejamos. Atualmente, o Pará lida com os
animais silvestres, sejam os apreendidos ou abandonados, com o apoio do
Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Semas, de universidades e com a
iniciativa de voluntários. Mas ainda sim, alguns animais são abandonados à
própria sorte. Nós planejamos o Cetras para ser compatível com a possibilidade
de atendimento de até 10 mil animais por ano", explicou O'de Almeida.
A estimativa preliminar
de investimentos com infraestrutura e aparelhamento do Complexo, além dos
custos operacionais (alimentação, remédios, etc) por três anos a contar da
inauguração, é estimada em R$ 24.118.460,15. O valor corresponde à obrigação de
Compensação Ambiental do empreendimento de mineração de bauxita da empresa
Hydro, em Paragominas, e foi assegurado por decisão unânime durante a 16ª
Reunião Ordinária da Câmara de Compensação Ambiental do Estado do Pará
(CCA/PA).
O Centro será sediado na
Região Metropolitana de Belém e a conclusão das obras está prevista para o
segundo semestre de 2021. Os detalhamentos técnicos já estão prontos e, a
partir da decisão da CCA/PA, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da
Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) assinará Termo de Compromisso com a
empresa, que executará os valores de maneira direta, com a supervisão do estado,
conforme prevê a Lei Estadual nº. 8.096/2015.
Objetivos
O Cetras vai
recepcionar, identificar, triar, oferecer atendimento veterinário, reabilitar,
destinar, soltar e monitorar animais silvestres do Estado, sejam eles
apreendidos ou resgatados pelos órgãos gestores de fauna silvestre, ou ainda
provenientes de entrega espontânea pela população.
É também função do
Cetras oferecer atendimento e reabilitação a animais silvestres encontrados
debilitados e acidentados, por maus tratos, podendo ainda prestar serviço de
atendimento e reabilitação a animais silvestres a empresas instaladas no
estado. Além disso, o Complexo realizará pesquisas nas áreas de conservação e
reabilitação de animais silvestres e fornecerá atendimento aos animais
silvestres recepcionados pelas Unidades de Conservação
Entre os objetivos
também estão: oferecer capacitação técnica e científica no manejo e
reabilitação da fauna silvestre e na conservação de animais silvestres e
prevenção de acidentes ambientais que afetem a fauna.
A proposta do Cetras é
moderna e prevê a construção de um Complexo, com dois setores distintos: uma
área onde ficarão os recintos para triagem e reabilitação dos animais - onde
por norma federal é vedado o acesso público - e outra área destinada ao chamado
Bioparque, espaço para exposição de animais reabilitados, mas que não podem ser
devolvidos à natureza por alguma condição vulnerável de saúde que
inviabilizaria sua sobrevivência no ambiente selvagem.
O Bioparque tem duas
expectativas básicas: a primeira, de prolongar a vida do animal em situação de
vulnerabilidade; a segunda, agregando a este espaço um forte apelo popular para
a educação ambiental e a conscientização sobre a importância de proteger a
fauna, possibilitado a partir da visitação pública.
O Bioparque terá a
função educativa de apresentar, sob conceitos técnicos, a fauna amazônica,
reforçando a importância de evitar o contato direto em ambientes naturais, como
Parques, e também a importância daquela espécie para o equilíbrio ecológico no
estado do Pará.
O diretor de Planejamento
Estratégico e Projetos Corporativos da Semas, Wendell Andrade, explica que o
Centro não deve ser comparado a um parque temático ou um zoológico, uma vez que
a função do Bioparque não é de entretenimento ou de exploração destes animais,
mas sim de sensibilização à população paraense.
"A função principal
do espaço é a de acolher, tratar, reabilitar e, se possível, recolocar os
animais de volta a seu habitat natural. Quando os profissionais especializados
avaliarem que estes animais, mesmo minimamente recuperados, ainda estariam
vulneráveis e seriam presa fácil quando soltos no ambiente selvagem, eles devem
ser encaminhados ao Bioparque, onde continuarão recebendo cuidados especiais,
mas dessa vez poderão ser contemplados por crianças, famílias, estudantes,
pesquisadores, turistas e público em geral. Dessa forma, o espaço será
diferenciado, e único, pois não tem finalidade recreativa ou de lazer, mas de
contemplação e sensibilização para o cuidado com nosso patrimônio ambiental,
que é admirado por todo o planeta", pontua Andrade.
Planejamento em conjunto
O projeto conceitual do
Cetras foi elaborado por Grupo de Trabalho interinstitucional criado e
coordenado pela Semas ainda em 2019, e composto por representantes do
Ideflor-Bio, Batalhão de Polícia Ambiental do Pará, Universidade Federal Rural
da Amazônia (Ufra), Centro Nacional de Primatas (Cenp), Organização Social Pará
2000 (profissionais do espaço "Mangal das Garças"), além da própria
Semas, com as Diretorias de Projetos (DPC), Licenciamento Ambiental (DLA) e
Fiscalização Ambiental (DIFISC).
Fonte/Foto: <amazôni@contece>, com
informações da Agência Pará de Notícias/Rogério Uchôa
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