FUTEBOL | FLAMENGO VOLTOU A CAMPO ENTRE PROTESTOS, PREOCUPAÇÃO E MORTES
A bola voltou a rolar no Rio de
Janeiro após 94 dias, mas os jogadores de Flamengo e Bangu foram protagonistas
de um espetáculo garantido apenas pela presença dos dois times uniformizados em
campo. Do lado de dentro do Maracanã, o silêncio de um gigante habituado a
abrigar multidões. Do lado de fora, as camisas rubro-negras e alvirrubras deram
espaço aos ciclistas e pessoas que se exercitavam do lado de fora do estádio.
A alguns metros do gramado, o
hospital de campanha vivia apenas mais um dia da rotina em tempos de pandemia
do coronavírus. Ainda que as autoridades tenham detectado um achatamento da
curva, os profissionais de saúde que lá trabalham seguem uma rotina das mais
duras, bem diferente da alegria causada por um grito de gol.
"As pessoas acham que nada
está acontecendo, que não é grave, mas a gente sente na pele todo dia. O
futebol pode trazer um novo momento complicado da pandemia e isso impacta nossa
vida", disse a técnica em enfermagem Sandra Cléa ao UOL.
Com o tráfego nas ruas diminuído em
tempos de Covid-19, a entrada do hospital era o ponto de maior movimentação em
torno do Maraca. Por volta das 18h30, um vaivém de carros chegava e saía para
levar e buscar os profissionais de plantão. Apesar da preocupação, não houve
trânsito de ambulâncias antes e durante o jogo, que terminou com vitória do Fla
por 3 a 0. A presença de carros de polícia e de órgãos de fiscalização, por
outro lado, era grande.
De acordo com dados oficiais da
Secretaria Estadual de Saúde, 274 mortes foram computadas ontem, sendo duas no
hospital do Maracanã. No Rio de Janeiro já são 8.412 mortes e 87.317 casos
conformados. Os números de casos no país já chegam a 978.142 e 47.748 óbitos.
Protestos isolados
Por volta das 19h, um grupo de
torcedores de diversos clubes pedia a saída de Bolsonaro e reclamava da
retomada dos jogos. O ato durou pouco tempo e alguns policiais interromperam a
ação, mas sem consequências.
Cerca de 30 minutos antes do jogo,
um grupo ainda menor levou uma faixa com um protesto dirigido ao presidente
Rodolfo Landim, do Flamengo. Os torcedores pediam a saída do mandatário e
faziam supostamente um a alusão ao vínculo com Jair Bolsonaro. Eles estenderam
uma faixa com os dizeres "Fora Landim, capacho de genocida", e
rumaram para a estação do metrô poucos minutos depois.
Fonte/Fotos: com informações do UOL/Reprodução e site
Flamengo
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