PARÁ | BAIXO TOCANTINS SEM UTIS NEM REMÉDIOS
No Baixo Tocantins, que abrange os municípios de Abaetetuba,
Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Macajuba,
Moju, Oeiras do Pará e Tailândia, os casos de infecção pelo novo coronavírus
crescem assustadoramente e alarmam a população. O primeiro caso foi no dia 31
de março, em Abaetetuba, e na sexta-feira passada a região já contabilizava
2.330 casos positivos e 133 óbitos, conforme dados das secretarias municipais
de Saúde.
O colapso do sistema de saúde é evidente. Só existem dois
hospitais em toda a região, com nenhuma UTI. Os movimentos sociais, unidos em
uma “Frente em Defesa e Desenvolvimento do Baixo Tocantins”, reivindicam do
Governo do Pará um hospital de campanha com pelo menos 60 leitos exclusivos
para o atendimento de pacientes da Covid-19, equipado com respiradores,
tomógrafos e profissionais de saúde habilitados, além da ampliação da oferta de
leitos nas estruturas hospitalares já existentes.
Com uma população de mais de 600 mil habitantes, a maioria
moradora de vilas, distritos e comunidades, entre rios e florestas, e com
rendimentos de até meio salário mínimo por pessoa, o Baixo Tocantins
simplesmente não tem nem como oferecer atendimento de saúde primária. Mesmo
assim, o governador Helder Barbalho respondeu via redes sociais que não
acolherá as reivindicações, porque "o Hospital de Campanha do Hangar, em
Belém, irá atender os pacientes da região do Baixo Tocantins" e um
helicóptero poderá agilizar o traslado, medida considerada insuficiente pela
população, vez que o sistema de saúde da capital também colapsou e não consegue
atender sequer os pacientes da região metropolitana.
Fonte/Foto: Franssinete Florenzano/Flávio
Contente, em Abaetetuba
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