NATUREZA | A HARPIA, A MAIOR ÁGUIA DO MUNDO, ORGULHOSAMENTE AMAZÔNICA, PRECISA DA SIMBIOSE DE INSETOS PARA SOBREVIVER
O criador Roberto Azeredo conta que recebeu há alguns anos uma
harpia repatriada da Alemanha. O animal foi trazido de volta ao Brasil porque
estava doente e poderia morrer. Assim que chegou ao criatório, Azeredo notou
que havia em torno do bico na altura do nariz da ave uma grande quantidade de
abelhas. Algumas delas entravam nas narinas. Ao mesmo tempo, ele observou que a
harpia passou a respirar cada vez melhor até sarar, e que as abelhas retiravam
das narinas da ave o material para usar no ninho.
Após identificar as abelhas, Azeredo ajeitou uma caixa para
abrigar um enxame perto da ave. Agora, essa relação está até mais facilitada. O
inseto faz a limpeza das vias aéreas da harpia e em troca leva o material de
que precisa. Tudo parece indicar que harpia estava com falta de ar na Alemanha
por ausência das abelhas.
Outra simbiose foi notada no momento de reprodução das harpias. O
criador descobriu uma casa de formigas carnívoras dentro do ninho. São formigas
vorazes que atacam em grupo. Ele temeu que elas atacassem o filhote ou
roubassem a carne trazida pelos pais.
“Eu não tirei as formigas. Então, quando os pais levavam a carne
para o ninho, percebi que as formigas não atacam a carne do ninho. Elas esperam
os pais jogarem o resto da carne no chão para comer o que está no chão”, diz
Azeredo.
As formigas usam um ninho como abrigo e fazem a limpeza do
entorno. Com o criatório sem fins materiais, Roberto Azeredo, que criou e
devolveu para a natureza cerca de 600 aves nativas em vários estados, prevê
fazer no próximo ano a primeira soltura da harpia.
Fonte/Foto: Nós é índio, origens amazônicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário