MORTE POR CORONAVÍRUS A CADA 10 MIL HABITANTES CAI COM AÇÕES RESTRITIVAS EM PARINTINS-AM E BAIXO AMAZONAS, INDICAM PESQUISADORES DA UFAM ICSEZ/PIN



Boletim também alerta que Parintins e Maués concentram o maior número de casos confirmados da COVID-19, mas os indicadores alertam para a aceleração da dispersão da doença em municípios como Urucará e Barreirinha
Nesta quarta edição, o Subcomitê de Enfrentamento a COVID19 do ICSEZ, com apoio de colaboradores externos, avaliou o padrão de evolução da COVID-19 no interior do Estado do Amazonas, na região do Baixo Amazonas e especialmente no município de Parintins. Situação epidemiológica da COVID-19 no Baixo Amazonas; Situação epidemiológica da COVID-19 em Parintins; Correlação entre os óbitos e as datas de maior variação da taxa de propagação da COVID-19 são pontos apresentados.
Os resultados mostram que a propagação do novo coronavírus tem migrado do epicentro de Manaus para os município do interior do estado do Amazonas. Na região do Baixo Amazonas, os municípios de Parintins e Maués concentram o maior número de casos confirmados da COVID-19, porém os indicadores alertam para a aceleração da dispersão da doença em municípios como Urucará e Barreirinha, onde os coeficientes de casos por 10 mil habitantes se mantem em crescimento.
Segundo o boletim “ainterpretação de medidas de restrição da  circulação de pessoas adotadas em Parintins, mostram que, apesar de tardias, exercem influência direta no curso clínico da COVID-19”. O aumento da taxa de propagação da infecção por COVID-19 afetou em 81% o aumento do número de óbitos, no intervalo de 4 a 7 dias do surgimento dos sintomas, valor este superior ao observados em Manaus. Medidas locais de controle da propagação da COVID-19 podem ser eficazes para o "achatamento" da curva epidemiológica de Parintins.
Participam do estudo os professores doutores;  Sueyla Ferreira da Silva dos Santos. ICSEZ/UFAM, Parintins; Prof. Dr. Cledenilson Mendonça de Souza. ICSEZ/UFAM, Parintins; Prof MSc. Pedro Henrique Mariosa, INC/UFAM, Benjamin Constant e Frof. Dr. Thiago Ferreira de Sousa. CFP/UFRB. Amargosa.
Dados dos estudos do laboratório HIDROGEO do Departamento de Geografia da UFAM mostram que deslocamentos diários nas rotas hidroviária de Manaus com o interior, associado ao baixo isolamento social em alguns munícios podem ter afetado a difusão da COVID-19 no estado do Amazonas.
O crescimento de casos no interior é vista com preocupação, por causa da fragilidade de algumas cidades na questão da saúde. “No dia 25 de maio de 2020 o número de casos da COVID-19 no estado do Amazonas chegou a 30.282 pessoas, sendo 53,84% dos casos foram notificados no interior do estado. Conforme observado na curva de casos confirmados da COVID-19 por 100 mil habitantes (abaixo), em maio, no dia 16, o coeficiente de casos no interior superou a capital do estado. Edições anteriores do Boletim Atlas ODS Amazonas alertaram sobre esta estimativa, destacando a previsão do surgimento de novos epicentros da doença. Importante ressaltar que, tanto na capital, quando no interior do Estado, a curva mantem-se em crescimento. O aumento da curva nos municípios do interior do estado alertam sobre as condições hospitalares disponíveis para atendimento as demandas de emergência clínica”, enumeram.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA COVID-19 NO BAIXO AMAZONAS
O número de casos confirmados da COVID-10 no Baixo Amazonas alcançou o total de 2.056 pessoas. Em ordem decrescente, os municípios com maior número de casos são: Parintins (925), Maués (593), Barreirinha (195), Urucará (147), Urucurituba (61), Boa Vista do Ramos (55), São Sebastião do Uatumã (42), Nhamundá (38).
“A curva dos casos da COVID-19 no Baixo Amazonas indicam um crescimento no total de casos nos municípios da região, com destaque para o aumento recente do número de casos diários notificados no município de Maués que destaca-se com uma curva acentuada” comentam os pesquisadores no boletim.
O coeficiente de casos da COVID-19 por 10 mil habitantes indica que os municípios de Maués e Urucará apresentam uma índices superiores ao município de Parintins, que concentra um maior número de casos, e também o total de habitantes. Barreirinha sinaliza um crescimento elevado no registro de casos da COVID-19.
RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE PROPAGAÇÃO E ÓBITOS POR COVID-19 EM PARINTINS
O índice de isolamento social de Parintins manteve-se abaixo de 50% no último mês (Atlas ODS Amazonas, 2020), mesmo diante medidas restritivas adotadas pelo governo local. Esse valor é crítico para o número Reprodutivo R0 da propagação de doenças infecciosas de transmissão direta via contato pessoa-a pessoa (Kock et al., 2017). Para compreender a resposta aos eventos que afetaram a dinâmica social no município, foi utilizada a Análise dos Componentes Principais.
Tal dado nos permite aproximar (ou distanciar) as datas que são mais próximas das variações nos vetores ortogonais (neste caso, os dados diários do número débitos e do número reprodutivo R0 do modelo SIR - Suscetíveis, Infectados, Removidos = recuperados + óbitos).
A partir disso, foram identificados seis datas essenciais que mostraram uma maior variância relacionada aos vetores. As datas de 1,2,3,4,5,6 e 14 de maio e as datas de 6,8,9,10,11 e 18 de maio estiveram associadas a variações no número reprodutivo (R0) e no total de óbitos, respectivamente.
“Os dados apresentados neste boletim permitem concluir que, em Parintins, as ações restritivas apresentam uma resposta eficaz e rápida na redução dos óbitos diários, em contrapartida, eventos de aglomeração resultaram no aumento da taxa de contágio no município e consequentemente no aumento do número de óbitos” concluem os pesquisadores da UFAM ICZES de Parintins.

Fonte: Hudson Lima Koiote - ParintinsAmazonas

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