EX-MINISTRO SERGIO MORO DEVE DEPOR NESTE SÁBADO (2) À PF E À PGR



Ex-ministro deve depor no inquérito que apura se o presidente Bolsonaro tentou intervir politicamente na PF. O inquérito do Supremo estabelecia prazo até terça (5).
O ex-ministro Sérgio Moro deve depor neste sábado (2) no inquérito que apura se o presidente Bolsonaro tentou intervir politicamente na Polícia Federal.
A informação foi publicada no início da noite desta sexta (1º) pelo jornal O Globo. Sergio Moro vai prestar depoimento neste sábado (2), na Polícia Federal em Curitiba. O inquérito do Supremo estabelecia prazo até terça (5).
O prazo mais curto para Moro prestar o depoimento ajuda a blindar a investigação. Como a PF ainda está sem comando definitivo, não houve tempo para mudanças na estrutura da corporação. Caberá a diretoria de investigação e combate ao crime organizado indicar o delegado para o caso. Essa diretoria é chefiada pelo delegado Igor Romário de Paula, que atuou na Lava Jato em Curitiba.
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, quinta (30) à noite, com o advogado-geral da União, José Levi, o secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, e o próprio Alexandre Ramagem, que voltou para a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência.
Desde quarta-feira, a AGU e o Palácio do Planalto buscam alternativas para recorrer da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que impediu Ramagem de assumir a direção-geral da Polícia Federal.
O ministro entendeu que ao nomear Ramagem, o presidente infringiu os princípios constitucionais de impessoalidade, moralidade e interesse público. Moraes não levou em conta a relação pessoal de Bolsonaro com Ramagem, que foi seu segurança na campanha presidencial e é amigo dos filhos do presidente.
E foi essa troca no comando da PF, que levou Sérgio Moro a deixar o Ministério da Justiça denunciando a tentativa de interferência política do presidente nas investigações da PF.
Nesta sexta, o relator, ministro Celso de Mello, aceitou o pedido do procurador-geral da República. Três procuradores vão acompanhar o depoimento de Sérgio Moro e os demais atos de diligência a serem praticados no âmbito do inquérito.
O procurador-geral, Augusto Aras, negou o pedido do senador Randolfe Rodrigues, da Rede, para apreensão do celular da deputada Carla Zambelli, do PSL. Na sexta-feira passada, o ministro entregou ao Jornal Nacional uma troca de mensagens com a deputada, para provar que não condicionou a permanência no cargo a uma futura indicação dele para o Supremo Tribunal Federal. Aras argumentou que não cabe a parlamentares interferir em investigações, por falta de previsão legal.

Fonte/Foto: G1 Globo/Reprodução

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