CORONAVÍRUS: O QUE É LOCKDOWN, QUE COMEÇA A SER ADOTADO NO PAÍS
Centro Histórico de São Luís: Brasil têm primeiras medidas de lockdown |
Mais de um mês após o início das primeiras
medidas de isolamento social no país, outra forma de contenção da circulação de
pessoas começa a ser estudada e adotada pelos estados brasileiros, o chamado
lockdown. A primeira região a anunciar o regime mais fechado de quarentena para
conter o avanço do novo coronavírus foi o entorno da Grande São Luís, no
Maranhão, onde houve bloqueio de fronteiras nesta terça-feira, 5.
Fortaleza, a capital do Ceará, também passará a
restringir a circulação de pessoas dentro da cidade, restringirá entradas e
saídas e fará o controle do trânsito de pessoas e veículos, algo característico
no sistema de lockdown. A mudança passa a valer a partir de sexta-feira, 8.
Em São Paulo, por outro lado, os rumos da
quarentena serão atualizados pelo governador João Doria na próxima sexta-feira,
8, e não há qualquer discussão que envolva a adoção de um lockdown na
metrópole. Espera-se que seja dado o prosseguimento do isolamento social em
contornos parecidos com o que é visto hoje. O governo de Doria, no entanto, não
descarta lançar mão da medida no futuro, caso a lotação de leitos hospitalares
e o fluxo de atendimento de pessoas doentes torne-se incontornável.
O que muda com lockdown?
Em um boletim epidemiológico publicado no dia 6
de abril, o Ministério da Saúde definiu o lockdown como o “nível mais alto de
segurança e que pode ser necessário em situação de grave ameaça ao sistema de
saúde”. Durante este bloqueio total, todas as entradas e saídas da região, as
fronteiras, são restringidas por agentes de segurança e somente trabalhadores
essenciais têm a permissão de entrar ou sair da área isolada.
Ainda que alguns serviços essenciais estejam
funcionando, como mercados, farmácias e postos de gasolina, as pessoas só devem
sair de casa caso tenham grande necessidade (como o trabalho essencial), do
contrário podem sofrer multas ou advertências de autoridades policiais,
solicitando que retornem para casa.
“Nunca houve nada parecido no Brasil, mas como o isolamento social foi
sendo abandonado pelas pessoas e o número de óbitos e subiu muito, esta é uma
medida que pode conter o avanço da transmissão”, analisa Bruno Scarpellini,
médico epidemiologista e infectologista e mestre em saúde pública.
Para que serve?
De caráter emergencial, a medida é eficaz para
a redução da curva de casos e, assim, dar mais tempo para a reorganização do
sistema de saúde. “Países que implementaram, conseguiram sair mais rápido do
momento mais crítico”, é descrito no boletim epidemiológico publicado pelo
Ministério da Saúde. As nações mais afetados pela Covid-19 fazem justamente
parte do grupo que adotou esta medida restritiva de circulação de pessoas, a
exemplo de China, Itália, Estados Unidos e Espanha.
Fonte/Foto: Mariana Rosário, VEJA.com/Divulgação
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