SEU DINHEIRO | PAGAMENTO DE CONSIGNADO É SUSPENSO POR 4 MESES
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) afirmou que a decisão vai causar insegurança jurídica e um quadro
maior de incertezas.
A Justiça Federal do Distrito Federal
determinou na segunda-feira (20) que os bancos suspendam o débito em folha dos
empréstimos consignados tomados por aposentados, do INSS ou servidores
públicos, por quatro meses. A decisão já está em vigor e vale para todo o
Brasil.
O juiz Renato Coelho Borelli, da Justiça
Federal da 1.ª Região do DF, diz em sua decisão que a liberação de cerca de
R$3,2 trilhões pelo Banco Central, “não chegou, em sua grande totalidade, às
mãos daqueles atingidos pela pandemia”.
A decisão atende a um pedido feito em ação
popular pelo advogado Márcio Casado. A ação requer que os bancos repassem aos
correntistas e tomadores de empréstimos as medidas tomadas pelo BC para injetar
recursos no sistema financeiro e que fazem parte de um conjunto de ações
adotadas para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus na economia.
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos
detalhes e documentos do processo. Na ação popular, o advogado cita, com base
nas informações do BC, que a instituição injetou R$ 3,2 trilhões nos bancos,
que, por sua vez, não teriam repassado as mesmas vantagens a empresas e
aposentados. “É um escândalo que esse dinheiro não chegue no setor produtivo,
no aposentado, no grande e pequeno empresário”, disse Casado.
Segundo o advogado, a decisão beneficia
diretamente pelo menos 62 milhões de pessoas, entre aposentados, correntistas e
donos de empresas.
A ação popular justifica que as dívidas dos
aposentados brasileiros chegam a R$ 138 bilhões, com descontos mensais de R$
1,1 bilhão. “Isso justificaria a suspensão dos descontos efetuados em suas
aposentadorias.”
A ação tem como réus a União, o Banco Central
e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O BC foi procurado para
comentar a decisão, mas não se manifestou.
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) afirmou que a decisão vai causar insegurança jurídica e um quadro
maior de incertezas, “o que prejudicará os próprios aposentados”. Segundo a
entidade, a carteira de crédito do consignado do INSS é de R$ 142 bilhões.
Fonte/Foto: As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo/Arquivo - D24
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