RESUMO DO DIA – EDIÇÃO DA NOITE | QUINTA-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 2020
DEPOIS DE MORO, CHEFIA DA PF VIRA PIVÔ DE CRISE DE BOLSONARO COM
STF
Em um dia tenso em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) amanheceu atacando um ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal), por conta da anulação da nomeação de
Alexandre Ramagem para a chefia da PF (Polícia Federal) — troca que foi o pivô
de seu rompimento com o ex-ministro Sergio Moro. "Como
é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor
Michel Temer. Ou não foi?", questionou, dizendo-se "chateado"
com a determinação judicial. Ao longo do dia, diversos ministros
da corte saíram em defesa do colega.
A decisão do STF acirrou o clima no
Palácio do Planalto, segundo a colunista do UOL, Thaís
Oyama. "Ontem quase tivemos uma crise institucional. Quase,
faltou pouco", disse o presidente, que chegou a cogitar desobedecer a
liminar do Supremo e manter a nomeação do delegado, que é amigo pessoal de sua
família. Em outras palavras, o Executivo cogitou desobedecer o Judiciário.
Por mais um dia, o presidente descumpriu as
orientações de especialistas mundiais em saúde e causou aglomeração em visita a
Porto Alegre . Sem máscara de
proteção mais uma vez, ele chegou a cumprimentar uma apoiadora. Quando foi
cobrado sobre respostas para o enfrentamento à covid-19, culpou mais uma vez os governadores
pelo aumento no número de mortes. "Não achataram a curva.
Governadores e prefeitos que tomaram medidas bastante rígidas não achataram a
curva", afirmou no novo ataque.
A falta de explicações sobre os planos do governo para conter a
pandemia do novo coronavírus também foi a
estratégia do Itamaraty, que abandonou a diplomacia e usou uma reunião
internacional para atacar os relatores das Nações Unidas que denunciaram o país por
"políticas irresponsáveis" que colocam em risco milhões de vidas.
Em vez de detalhar as ações do governo numa reunião virtual do
Conselho de Direitos Humanos, a embaixadora Nazareth Farani
Azevedo atacou o órgão num tom raramente visto. "Não é o tempo
para que relatores tentem usar a pandemia e a tragédia de famílias para fazer
avançar suas agendas", acusou, num gesto interpretado como uma pressão
pouco comum.
O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
- Justiça rejeita relatório e manda Bolsonaro entregar exames em
até 48 horas
- "Elogio" de Moro a governos do PT só mostra
mau-caratismo dele, afirma Lula
- Moro sinaliza a aliados que deve ir à CPMI das Fake News
- Apoio de Trump e Bolsonaro amplia em até 2000% compra de
hidroxicloroquina.
Fonte/Foto: Clarice Cardoso, do UOL, em São
Paulo
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