'LUTE POR ELAS' | MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE SANTARÉM-PA APRENDEM ARTES MARCIAIS
Projeto “Lute por Elas”
visa a autodefesa e o aprendizado para mulheres que possuem processos em
tramitação na justiça do município
Mulheres vítimas de violência
doméstica, profissionais da rede de servidores e proteção local do município de
Santarém têm a oportunidade de entrar no mundo das artes marciais. Trata-se do
projeto Lute por Elas, que busca promover conscientização por meio da oferta de
aulas de defesa pessoal para esse público e campanha permanente de combate à
violência doméstica e pela igualdade de gênero. O projeto também busca envolver
os homens no debate acerca da igualdade de gêneros e no enfrentamento à
violência contra a mulher, tudo para alcançar a conscientização, educação e
sensibilização de toda a sociedade.
Coordenado pela juíza da Vara de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Santarém, Carolina Maia, o
projeto conta com a parceria de quatro academias de artes marciais do
município, Associação Santarena de Karatê Interestilos (ASKI), Academias Kyohan,
WL Team e Tapajós Fight, bem como da Federação Tapajônica de Karatê,
disponibilizando diversidade de modalidades como muai thay, jiu-jitsu, boxe,
karatê, judô e krav maga.
“O projeto terá aplicação
durante o ano todo e essa continuidade é importante para garantir que mais
pessoas sejam contempladas com as aulas de defesa pessoal, assim como para que
a campanha de conscientização seja permanente” conta a juíza. Além de ministrar
aulas teóricas e práticas de defesa pessoal para as mulheres nas audiências de
acolhimento realizadas mensalmente na Vara, as academias parceiras também
manterão o compromisso de ofertar matrícula e inserção gratuitas em curso
regular de artes marciais, pelo período de três meses, às vítimas de violência
doméstica encaminhadas, sendo que todas as mulheres encaminhadas
necessariamente precisam ter processo em tramitação na vara.
“Nos inspiramos em campanhas
‘Tod@s por Elas’, do TJRS; ‘He For She / Eles por Elas’, da ONU, e movimento
internacional do ‘Laço Branco’, os quais chamam os homens para participarem da
luta pela erradicação da violência contra a mulher, trazendo uma valorização da
voz masculina para a construção de uma sociedade pautada no respeito ao direito
de homens e mulheres de exercerem todas as suas capacidades e verem atendidas
suas necessidades, sem discriminação e violência, e fazendo que todos
compreendam que a violência de gênero é uma questão de segurança e saúde
públicas, que é uma violação de direitos humanos e que afeta toda a sociedade”,
conta a juíza.
Conheça mais algumas iniciativas
da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do município de
Santarém:
- Mãos empenhadas contra
a violência: busca capacitar profissionais
da área da beleza para que sejam agentes multiplicadores de informação no
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, a fim de reduzir os
índices de violência e opressão em todos os espaços.
- Audiência de
acolhimento: promove um atendimento
acolhedor e humanizado às mulheres que acessam a Vara do Juizado de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher de Santarém, durante a etapa processual de
Audiência de preliminar.
- Tem Saída Tapajós: visa a autonomia financeira das mulheres em situação de
violência doméstica, residentes nos municípios de Santarém, com a sua inserção
no mercado de trabalho, através da disponibilização de vagas de emprego por
empresas parceiras.
- Grupo Reflexivo
Uirapuru para Autores de Violência contra a Mulher: promove atividades pedagógicas e educativas para trabalhar a
perspectiva de gênero e a responsabilização junto aos autores, a fim de coibir,
prevenir e reduzir a reincidência da violência doméstica contra a mulher, já
tendo alcançado o positivo resultado de ocorrência de reincidência de apenas 7%
dos homens inseridos no grupo.
Fonte/Fotos: Jobson Marinho
Analista | Analyst | Temple
Comunicação
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