CORONAVÍRUS



RADICALISMO EM XEQUE
Em meio ao doloroso avanço da pandemia, pelo menos um reflexo positivo já começa a ser percebido: o coronavírus furou a bolha do radicalismo . O discurso obscurantista baseado mais em extremismos do que nos fatos perdeu terreno na crise, cedendo lugar a decisões pautadas pelo equilíbrio e pela ciência. Não à toa, a popularidade de Luiz Henrique Mandetta subiu. O ministro da Saúde foi alçado à condição de ícone da resistência do saber técnico. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, sempre em busca de respostas simples para problemas complexos, amarga queda de aprovação com seu comportamento errático no enfrentamento da Covid-19.  
 
GUEDES NO ESCURO
O planejamento de políticas públicas para ajudar os mais atingidos pela crise econômica provocada pelo coronavírus esbarra na falta de dados de qualidade sobre a população brasileira. Um exemplo da desorganização: o governo não sabe ao certo se são 15 ou 20 milhões o total de trabalhadores informais no país. Outro: o Caged, que reúne dados sobre contratações, demissões e salários, ainda não tem nenhum número oficial registrado no ano de 2020. Esse apagão estatístico deixa os ministérios da Economia e da Cidadania no escuro e torna muito mais difícil saber se o auxílio vai mesmo chegar a todos aqueles que precisam. 
 
A QUARENTENA AFROUXOU
Ao mesmo tempo em que o número de mortes por Covid-19 no Brasil se aproxima do milhar – o país tem 941 óbitos e 17.857 diagnósticos positivos –, o estado com a maior ocorrência de casos registrou uma preocupante queda no isolamento. De acordo com o governo de São Paulo, apenas 49% das pessoas ficaram em casa na quarta-feira 8, o menor índice desde o início da crise. A meta das autoridades é atingir 70%. As orientações buscam "achatar a curva" de contágio e evitar o colapso do sistema de saúde. Diante do afrouxamento, João Doria ameaçou adotar medidas  como multa e até prisão caso a população não volte a respeitar a quarentena. 
 
O FATOR MANDETTA
O titular da Saúde costuma dizer que só quer saber de "trabalhar" contra o coronavírus, sem dar ouvidos aos ruídos da política. O problema do ministro é que seus próprios colegas de governo estão dificultando esse objetivo. Na quinta-feira 9, Onyx Lorenzoni e Osmar Terra foram flagrados defendendo sua saída em uma conversa de tons conspiratórios. Mais tarde, Jair Bolsonaro voltou a mirar no auxiliar e disse em sua live que "paciente pode trocar de médico". Por outro lado, a Frente Nacional de Prefeitos cobrou apoio do Planalto ao ministro e afirmou que uma exoneração seria "voltar à estaca zero". A resposta de Mandetta, que hoje deve voltar a aparecer na coletiva sobre a epidemia, a tudo isso: "Lavoro, lavoro..."
 
TRISTE TEMPORADA
Símbolo do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace está fechado pela primeira vez em 97 anos. A crise do coronavírus atingiu em cheio o turismo e, consequentemente, o tradicional endereço carioca. Vazio por causa da pandemia, o hotel inaugurado em 1923 já havia cancelado eventos, suspendido os serviços de spa e cerrado as portas de dois de seus três restaurantes até a semana passada. Agora, vai parar de vez. Apenas dois hóspedes-moradores continuarão por lá: a diretora do hotel, Andrea Natal, e o cantor Jorge Ben, que desde 2018 vive no local. A quarentena forçada vai durar até o fim de maio.

Fonte: Redação de VEJA

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