CIÊNCIA | COVID: CIENTISTAS NACIONAIS TESTARÃO EM HUMANOS REMÉDIO COM 94% DE EFICÁCIA
O medicamento descoberto por cientistas
brasileiros do Cnpem (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em
Campinas (SP), apresentou 94% de eficácia após 48 horas em testes in vitro
contra o coronavírus, número similar ao da cloroquina. Agora, ele seguirá para
testes clínicos em pacientes com Covid-19 internados em hospitais.
O anúncio foi feito por Marcos Pontes,
ministro do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações),
durante coletiva de imprensa realizada em Brasília. A aprovação para pesquisa
pelo Conep (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa) ocorreu na última terça
(14). "Temos boas perspectivas que os resultados dessa pesquisa possam ser
positivos e assim poderemos ajudar não só o Brasil, como outros países no combate
à Covid-19", afirmou ele.
Os cientistas do Cnpem testaram 2.000
medicamentos utilizando um computador com inteligência artificial para ver a interação
com enzimas que fazem a replicação do vírus. Destes, seis seguiram para o teste
in vitro. Um deles se mostrou especialmente promissor e agora vai para testes
clínicos com pacientes infectados.
Os pesquisadores não divulgarão o nome do
remédio por enquanto, por ainda estar em fase de testes. Segundo eles, os
testes devem durar quatro semanas. A intenção é saber se o sucesso notado na
pesquisa in vitro também ocorrerá em humanos, o que seria um grande avanço na
luta contra o coronavírus.
Foi adiantado, contudo, que o medicamento em
questão tem as seguintes características:
- Economicamente acessível no Brasil
- Bem tolerado em geral
- Comumente utilizado por pessoas dos mais
diversos perfis
- Está disponível em formulação pediátrica
Segundo Kleber Franchini, diretor do LNBio
(Laboratório Nacional de Biociências, que fica dentro do Cnpem), esta fase é
importante para entender se o medicamento funciona mesmo ou não. Os outros
medicamentos que participam dos testes in vitro ainda não estão descartados;
eles continuarão sendo avaliados pelos cientistas, já que há a possibilidade de
que o coronavírus seja combatido por um "combo" de remédios.
"Continuamos na triagem de medicamentos.
Embora tenha sido identificado um candidato bastante promissor, sabe-se que,
para o tratamento de viroses, é comum que sejam necessários mais de um
medicamento para vencer as frequentes mutações do vírus. Ou seja, muitas vezes
é preciso um arsenal terapêutico, um coquetel, capaz de inibir diferentes alvos
virais, como acontece no coquetel utilizado contra o HIV", afirmou
Franchini.
Fonte:
Gabriel Francisco Ribeiro - Tilt, em São Paulo
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