BRASIL | CORONAVÍRUS: PRESO DE GRUPO DE RISCO PEDE PARA NÃO DEIXAR A CADEIA APÓS ADVOGADO TENTAR PRISÃO DOMICILIAR

O detento está na Colônia Penal e Industrial de Maringá (CPIM) 

Condenado por estupro, homem de 65 anos disse que deseja permanecer preso em Maringá, no norte do Paraná, até que a pandemia amenize. Justiça ainda vai decidir sobre a solicitação.
Um preso da Colônia Penal e Industrial de Maringá (CPIM), no norte do Paraná, declarou que não quer deixar a unidade e ir para prisão domiciliar mesmo após o advogado dele entrar com um pedido na Justiça. O detento, de 65 anos, justificou que se sente mais seguro preso.
A defesa do idoso apresentou o pedido por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus - em razão da idade, ele se enquadra no grupo de risco. Até a publicação desta reportagem, a Justiça não tinha decidido sobre a solicitação.
O detento soube do pedido pela assistência social do presídio, ao ser chamado para ser ouvido no processo. “Declaro que o advogado que me representa fez um pedido de prisão domiciliar sem me consultar, contra a minha vontade”, diz o preso, em uma declaração assinada na sexta-feira (3).
O homem está preso há 12 anos e 9 meses, por estupro de vulnerável. Na unidade onde está, de regime semiaberto, ele trabalha na cozinha.
De acordo com a declaração, entregue à Justiça, o preso diz que não se sentiria seguro contra a doença fora da prisão.
“Neste momento, não desejo sair desta CPIM pelo motivo de me sentir em maior segurança na unidade devido a possibilidade de contágio pelo vírus (...). Esclareço que indo para minha residência terei contato com pessoas que necessitam sair de casa e podem ser um meio de contato da doença”.
O detento finaliza a declaração dizendo que deseja “permanecer na unidade até que a situação de pandemia amenize, prezando pela minha vida e saúde”.
O advogado Rodrigo Alves de Oliveira, responsável pelo pedido de soltura, disse que não esperava a reação contrária. “É uma situação estranha”, diz.
Segundo ele, a suspeita é que o detento tenha receio de perder a vaga na CPIM, ao final da pandemia. “Ele estava na PEM (Penitenciária Estadual de Maringá). Geralmente, esse tipo de preso teme perder a vaga na CPIM”, diz. Oliveira diz que ainda vai se reunir com o preso para discutir a situação.

Fonte/Foto: Fábio Linjardi e Ederson Hising, RPC Maringá e G1 PR/Divulgação

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