'AM FAZ TANTO SEGURANDO AQUECIMENTO GLOBAL, ESTÁ NA HORA DE DEVOLVEREM', DIZ PREFEITO DE MANAUS AO ANUNCIAR BUSCA DE AJUDA AO G20 POR CAUSA DO CORONAVÍRUS
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Prefeito de Manaus Arthur Neto visita hospital de campanha municipal |
Com aumento no número de mortes, Amazonas tem
2.270 casos confirmados e vive corrida para evitar um colapso na rede pública
de saúde. Arthur Neto diz que vai pedir a países ajuda com médicos e
equipamentos.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto,
anunciou que vai pedir a países do G20 ajuda para reforçar a estrutura do
Amazonas no combate ao novo coronavírus. Em declaração dada durante uma visita
ao hospital municipal de campanha da capital, Arthur afirma que "o
Amazonas faz tanto segurando a temperatura e o aquecimento global, que está na
hora de devolverem isso". O estado sofre colapso iminente na rede de saúde
e lida com falta de leitos e profissionais.
A declaração foi dada no final da noite desta
terça-feira (21), após Arthur acompanhar a chegada de novos equipamentos no
hospital de campanha que foi construído em seis dias para pacientes de Covid-19
em Manaus. Segundo a última atualização feita pela Fundação de Vigilância em
Saúde (FVS-AM), dos 2.270 casos confirmados no Amazonas até esta terça-feira,
1.809 são de Manaus.
"Vou escrever e enviar vídeos para todos
os líderes do G20, dizendo que o Amazonas faz tanto por eles, segurando a
temperatura e o aquecimento global com sua floresta e seus rios, e que está na
hora de devolverem isso, sob a forma de médicos, equipamentos de proteção e
tomógrafos", disse Arthur.
"O Amazonas pede socorro com humildade e
altivez. Não vamos deixar Manaus virar uma Guayaquil", completou o
prefeito, em referência à cidade do Equador, que perdeu o controle da pandemia
e sofre com um número elevado de óbitos.
Na capital, a Prefeitura de Manaus já trabalha
com vala comum no principal cemitério para receber pacientes mortos por Covid-19.
Imagens mostram o terreno recebendo o que o órgão chama de
"trincheira", para enterrar os mortos.
Mais cedo nesta terça-feira, Arthur comentou
que Manaus vive situação de calamidade pública ao falar sobre os índices de
mortes registradas nos últimos dias. Em entrevista à Rede Amazônica ele
detalhou que, de 106 sepultamentos feitos em Manaus na última segunda-feira
(20), 36 foram pessoas que morreram em casa.
No Amazonas, em média, a taxa de ocupação de
leitos está em torno de 96% a 97%, tanto em UTI, quanto nos leitos de
internação. segundo informou a secretária de saúde, Simone Papaiz.
De 193 mortes pelo novo coronavírus
confirmadas em todo o Amazonas, a maioria dos óbitos é de pacientes de Manaus,
com um total de 163. A capital do Amazonas também tem a maioria dos casos
confirmados em todo o estado, com 1.809 de 2.270 registros. Outros 43 óbitos
notificados seguem em investigação pelo Laboratório Central (Lacen) e 22 foram
descartados para o novo coronavírus.
Na segunda-feira (20), contêineres
frigoríficos foram instalados no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro
Tarumã, Zona Oeste de Manaus, para comportar a alta demanda de caixões que
estão sendo enviados de hospitais públicos da capital, muitos de vítimas do
novo coronavírus.
Corrida para evitar colapso
Segundo dados do governo, mais de 90% dos
leitos totais para pacientes com Covid-19 estão ocupados. Ao todo, o Amazonas
possui 6.710 leitos, entre a rede pública e privada. Em uma coletiva de
imprensa realizada na quinta-feira (16), o Governo do Amazonas admitiu que o
sistema de saúde do estado já apresentava insuficiência da capacidade de leitos
do Sistema Único de Saúde (SUS) antes da pandemia da Covid-19.
Segundo o estado, atualmente, o Amazonas
possui 682 respiradores cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES). Desse número, 232 estão voltados para o atendimento de pacientes
com Covid-19, sendo 66% disponíveis para a pandemia.
O Governo do Amazonas anunciou, na noite de
sábado (18), novos reforços para o sistema de saúde do estado enfrentar a
pandemia da doença. O estado recebeu insumos para 15 mil testes de Covid-19 e
concluiu o processo seletivo para contratação de 704 profissionais de saúde.
Por conta do crescimento avançado de casos de
contágio, além das mortes, o governo prorrogou o período de estado de
calamidade pública no Amazonas por mais 180 dias. Outro decreto estadual também
mantém paralisados, até o dia 30 de abril, os serviços não essenciais.
Após um impasse na Justiça, o Hospital de
Retaguarda da Nilton Lins, alugado pelo Governo do Amazonas para atender
pacientes de Covid-19, foi aberto na manhã de sábado (18). A unidade vai
servir, assim como o Hospital Delphina Aziz, como referência para tratamentos
de casos do novo coronavírus em todo o estado. O HPS Delphina Aziz já havia
atingido a capacidade máxima operacional, conforme informou o governo no dia 10
deste mês.
Fonte/Foto:
G1 AM/Alex Pazuello - Semcom
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