SEMAS ALERTA QUE CHUVAS DEVEM SE INTENSIFICAR NO PARÁ ATÉ MARÇO
O chamado "inverno amazônico" deve registrar
aumento de chuvas na Região Metropolitana de Belém, no sudoeste do Estado e
Arquipélago do Marajó
Por conta do "inverno amazônico", período de maior
intensidade de chuvas na região, o paraense deve enfrentar mais um mês de
janeiro de tempo predominantemente nublado e com muita chuva, que podem,
inclusive, ser diárias até o fim do primeiro trimestre de 2020. De acordo com a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e a Defesa
Civil do Estado, ligada ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará, municípios da
Região Metropolitana de Belém, do sudoeste do Estado e do Arquipélago do Marajó
podem receber cerca de 400 milímetros de chuvas até março, quando devem ser
registrados os maiores volumes de precipitação pluviométrica.
A denominação regional - inverno amazônico - tenta, na
verdade, explicar o que ocorre principalmente nas regiões Norte e Nordeste do
Brasil, já que é verão nesta época do ano na maior parte do hemisfério sul.
Esse fenômeno que aumenta, consideravelmente, tanto o calor quanto o índice
pluviométrico, pode ser explicado pela atuação da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT) e por sistemas meteorológicos de escalas menores, linhas
de instabilidade e sistemas de brisas.
"Já começou. Estamos realmente vivendo o 'inverno
amazônico', e o perigo é que estamos no meio do verão. Só que por conta da
ZCIT, direta ou indiretamente, temos esses índices de chuva acima de 300 mm e o
clima mais quente, abafado, daí esse nome", informa o meteorologista Frank
Baima, da Diretoria de Meteorologia, Hidrologia e Mudanças Climáticas e do
Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cimam), da Semas. Ele complementa
que, no sul do Pará, os altos índices já estão relacionados à Zona de
Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), passagem de ramos de sistemas frontais
e/ou frente frias.
Tempo fechado - O especialista não acredita que
haverá um turno mais chuvoso que outro. "Varia. Vai depender muito. Entre
setembro e novembro tínhamos o amanhecer nublado e a tarde com pancadas de
chuva. Em dezembro ocorre a transição do período de menos chuvas para o período
de mais chuvas. E em janeiro temos o deslocamento gradativo da ZCIT para o
hemisfério sul, juntamente com a circulação atmosférica, que proporciona um
tempo nublado e encoberto ao longo do mês. A tendência é até mesmo de chuvas
contínuas, de característica torrencial, ou em vários momentos do dia, não
muito diferente do mesmo período no ano passado", detalha Frank Baima.
Embora o primeiro trimestre seja o momento mais crítico, o
meteorologista confirma que o monitoramento é feito o ano inteiro, de forma
contínua, incluindo a relação do quantitativo de chuvas acumuladas nas bacias
dos rios, a fim de antecipar e prevenir a possibilidade de transbordo.
"Diferente do ano passado, Marabá (no sudeste paraense) não deve bater a
cota de alerta, que é de 10 metros de altura, porque a quantidade de chuvas
será menor na região este ano. Ao contrário de localidades como Oriximiná,
Santarém e Óbidos, que nos preocupam por causa da influência do Rio Amazonas, que
tem recebido muitas chuvas", antecipa o meteorologista.
Monitoramento - Assim como a Semas, a Defesa Civil
segue em alerta, no apoio e monitoramento do clima, com agentes capacitados
para atuar em qualquer situação de desastre. A articulação com quase todas as
secretarias de governo garante atendimento rápido em casos de calamidade
pública. Em áreas de relevo acidentado, como a região do Baixo Amazonas (no
oeste) e de Carajás (sudeste), a atenção é redobrada.
"Estamos, inclusive, em atuação no município de Monte
Alegre, onde houve uma situação de enxurrada no final do ano, um tipo de
ocorrência comum naquela área nessa época", confirma o major Bruno
Freitas, chefe da Divisão de Operações do Corpo de Bombeiros Militar.
Pelo serviço Alerta SMS - ao qual é possível se cadastrar
pelo celular via mensagem de texto para o número 40199, informando o número do
CEP-, as pessoas podem receber informações atualizadas da Defesa Civil sobre a
possibilidade de chuvas fortes, alagamentos e outras situações de risco. O sistema,
criado há apenas um ano, já possui mais de 80 mil CEPs cadastrados em todo o
Pará. Quando ocorre alagamento, quem está em casa deve fazer o possível para
não precisar sair, e assim evitar o contato com fios elétricos, buracos e
outros riscos de acidentes.
"Moradores de áreas suscetíveis devem sempre estar
preparados para acionar a Defesa Civil, pelo número 193, e demais órgãos de
segurança. Como a junção de maré alta e chuva forte pode ser um agravante, é
importante que se tenha ainda mais zelo com o despejo do lixo, evitando jogar
em canais, da mesma forma que o poder público precisa tornar mais eficiente o
recolhimento e a limpeza", ressalta o major Bruno Freitas.
Fonte: Agência Pará de Notícias
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