BOMBEIROS DÃO DICAS DE SEGURANÇA PARA CURTIR AS FÉRIAS NOS RIOS DO PARÁ
Norte é a região com maior número de mortes por afogamento
Com a chegada do mês de janeiro muitos paraenses, em férias,
decidem viajar para praias, rios e igarapés do interior do Estado, o que
aumenta a incidência de afogamentos nessas regiões. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 16 brasileiros morrem afogados
diariamente, homens morrem em média 6,7 a mais que as mulheres, sendo a maioria
adolescentes. A região que apresenta a maior taxa de mortalidade é o Norte
devido a sua característica de possuir muitos rios e igarapés, fatores que
acrescentam ainda mais na percentagem de óbitos.
Pessoas de 11 a 29 anos são as que mais morrem por esse
motivo, chegando a 47%. Segundo o 1° Grupamento de Busca e Salvamento do CBMPA
(1° GBS), o Pará registra aproximadamente de 7 a 8 óbitos por afogamentos ao
mês, atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
O Comandante do 1º GBS, Tenente Coronel Silva Júnior, é Bombeiro
Militar especialista em Guarda-Vidas, e orienta os banhistas que vão viajar
para os principais balneários da região metropolitana de Belém e interior do
Estado:
Quais são as principais indicações a esses banhistas?
R: O mais importante é o reconhecimento do seu risco pessoal,
saber a sua capacidade para estar naquele meio (no caso de rios, praias e
igarapés). Seguir as regras básicas de atenção com as crianças e nunca
deixá-las sozinhas em um ambiente aquático é primordial. Não esquecer de mantê-las
sempre a distância de um braço, pois em qualquer situação adversa que possa vir
ocorrer, o adulto está ali para dar o auxílio. Nossos rios, no período de
férias, têm um fluxo muito grande de deslocamento de embarcações, por isso é
importante que seja observado os materiais de salvamento como coletes
salva-vidas e cobrar da tripulação o respeito de limites de passageiros, caso
isso não ocorra, acionar os órgãos competentes de fiscalização, além de também
procurar saber como utilizar esse equipamento. Nas praias, é necessário que os
banhistas respeitem as orientações dos guarda-vidas, seja ela das placas de
sinalização ou bandeiras, e sempre buscar orientações do melhor local para
banho.
75 % dos casos de óbitos ocorrem em rios, quais as
características desse meio que fazem os números serem tão grandes?
R: Os rios da nossa região têm ambientes enormes onde não há
a presença ativa dos guarda-vidas em toda extensão, então é necessária a
percepção do próprio banhista em reconhecer o grau de periculosidade do local.
Há uma presença maior de fortes correntezas laterais onde não há uma zona de
escape, por isso, muitas vezes quando a pessoa é arrastada, há uma dificuldade
de salvamento.
A região Amazônica é rica em animais marinhos e isso
contribui com acidentes em locais de grande circulação. Então quais dicas para
evitar tais situações?
R: Em casos de acidentes com animais marinhos, o ideal é que
se procure o posto do Corpo de Bombeiros mais próximo, lá eles vão dar as
orientações necessárias de acordo com cada caso, por exemplo, Água Viva tem um
procedimento diferente do acidente com o peixe Bagre.
Sabemos que a variação dos rios e marés são constantes na
nossa região, e por causa disso, vários banhistas se afogam. Como explicar
isso?
R: Ficar de olho na variação da maré é muito importante, pois
nossa região apresenta uma amplitude de maré muito alta. Na Região
Metropolitana de Belém, as praias de Mosqueiro e Cotijuba, por exemplo, têm uma
menor intensidade, mas quando se parte para uma amplitude oceânica, ela aumenta.
O fator importante é que esse avanço e recuo das marés propiciam uma força
muito maior das correntes, levando o banhista da terra ao alto mar em questão
de segundos. Essas correntes são chamadas de Correntes de Retorno, às vezes,
não é observável e sim perceptível. Quando o banhista se deparar com uma
situação dessa, é necessário que ele busque as laterais da corrente, que é onde
ela perde a força e há possibilidade de buscar a parte mais rasa para poder
tocar na areia. Sempre pergunte ao guarda-vidas a respeito disso, pois ele já
fez o reconhecimento da área e sabe a localização desses pontos de risco.
O Tenente Coronel Silva Júnior tem 21 anos de experiência na
área e é vice-presidente e Diretor Estadual do SOBRASA, que tem a missão de
auxiliar o Corpo de Bombeiros Militar no Pará na competência de busca e
salvamento no meio aquático. "Há também outras dicas de segurança para a
população paraense aproveitar as praias:
- Evitar o uso de bebidas alcoólicas antes de entrar nos
ambientes aquáticos, pois isso faz com que o banhista perca as habilidades
físicas dentro desse meio, ocasionando acidentes que possam leva a pessoa a
óbito;
- Colchões, boias e similares causam uma falsa sensação de
segurança, pois o banhista que faz o uso desse material no meio aquático, ao se
deparar com uma situação de emergência da perda desse objeto, pode submergir e
se afogar;
- Sempre usar colete salva-vidas;
- Nunca tente salvar uma vítima de afogamento, ofereça um
material flutuante e informe ao guarda-vida mais próximo e/ou ligue 193;
Cuidado com o uso de celular, o aparelho pode causar
desatenção.
Fonte/Foto: Agência Pará
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