ACONTECEU | JUIZ SUSPENDE EXPEDIENTE ATÉ QUE COBRA APAREÇA!

O expediente no Fórum de Cachoeira do Arari (PA) está suspenso desde ontem e sem data certa para voltar, por ordem do juiz titular da Comarca, Leonel Figueiredo Cavalcanti. Ele baixou a Portaria nº 006/2019 nesse sentido e justificou a determinação alegando que anteontem três servidoras acharam lá uma cobra -  supostamente uma jararaca - e que ela, por se encontrar em lugar incerto e não sabido, pode estar abrigada em caixas de processos acautelados, lotes de processos, tomadas desencapadas, armários e outros locais do fórum - onde o magistrado considera que exista alta probabilidade de haver bichos venenosos

escondidos, proporcionando a insegurança de jurisdicionados e servidores. Bem, o zeloso juiz resolveu, por isso, que os funcionários não trabalhem até que o animal nocivo seja encontrado ou que se tenha certeza de que não se encontra mais nas dependências do fórum. Para garantir os serviços essenciais, ele instituiu o regime de plantão. Mas não explicitou se os plantonistas ficarão dentro do fórum sob risco do bote da peçonhenta ou se trabalharão embaixo de uma árvore na rua.

Não seria mais justo e viável acionar a Secretaria de Meio-Ambiente para resgatar a cobra e assim não prejudicar o atendimento a uma população paupérrima que mesmo com o fórum aberto todo dia enfrenta imensas dificuldades para garantir seus mais básicos direitos? Cachoeira do Arari, o lindo município do arquipélago do Marajó, eternizado e celebrizado nos romances de seu ilustre filho Dalcídio Jurandir, figura entre os municípios com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do Pará e do Brasil. Sua população sofre literalmente há séculos com a desigualdade de renda, de oportunidade de emprego, de acesso à saúde, à educação, à justiça e ao lazer, entre outras faces de uma única questão, a exclusão social.

Resta saber o que a Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, pensa acerca da decisão do juiz Leonel Cavalcanti.

Fonte: Franssinete Florenzano