UM HOMEM, UM GAVIÃO. OU... ATÉ UM DIA, PASCHOAL!
- por Mário Paulain
Há oito anos,
resgatei um Gavião Real ainda muito jovem e que tinha fraturado a asa esquerda!
Nutri uma enorme paixão por aquela ave, à qual chamei Paschoal!
Trouxe-a para o
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, em Manaus, para tratamento
intensivo e, pouco mais de seis meses depois, foi devolvido à natureza, no Alto
Nhamundá!
Escrevi essa
emoção ao querido amigo Paschoal!
“Nutriu-me tua
ausência para rebuscar-te
Na tua mais
sublime liberdade.
Foste o elo
mais forte e o mais afetivo que a Selva me deu!
Olhavas-me
desconfiado;
E, com tuas
garras afiadas,
Pousava em meu
antebraço,
Extensão da tua
prisão que eu não percebia!
Quando
partiste, naveguei no sofrimento da minha completa solidão!
Sofri demais na
plenitude de tua saudade!
Mas conforta-me
ao imaginar-te voando, arranhando o vento,
Sorrindo ao céu
trazendo teu próprio alimento!
Sê feliz
Paschoal, na tua morada!
Morar na tua
Selva é estar mais perto de Deus,
Que te enleva e
te faz tão feliz!
Amo-te Paschoal
para sempre!!”
- Mário Paulain
é escritor.
OBS> A
harpia, ou gavião-real, gavião-de-penacho, uiruuetê, uiraçu, uraçu, uiracuir,
uiraquer, cutucurim e uiraçu-verdadeiro, é a mais pesada e uma das maiores aves
de rapina do mundo, com envergadura de 2,5 metros e peso de até 12 quilos.
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