EM MARABÁ, CÍRIO DE NAZARÉ REFORÇA A FÉ MARIANA POR TODO O ESTADO DO PARÁ
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Sob o sol escaldante,
multidão cumpriu o percurso acompanhando a berlinda, que foi decorada com
flores ornamentais da Amazônia
Majestosa e cercada
de fiéis, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré percorreu, neste domingo (20), as
ruas de Marabá, no sudeste paraense. Com um manto em alusão à fauna e flora da
região, e transportada em uma berlinda decorada com flores ornamentais da
Amazônia - em tons laranja e vermelho, a Imagem fez jus ao tema da 39ª edição
da festa, intitulada "Rainha da Amazônia". A procissão terminou quase
meio dia, no Santuário de Nazaré, onde uma missa foi celebrada.
Pelas ruas e
rodovias de Marabá, muitos fiéis louvavam, pediam e agradeciam. Entre eles
estava Maria Deuzuíta de Sousa, 69, que pelo quinto ano consecutivo cumpria a
promessa de acompanhar a procissão, carregando uma maquete da própria
residência na cabeça.
"Morei anos de
favor e nunca tive uma casa própria. Pedi pra ela que conseguisse pelo menos um
terreno pra construir minha casa e eu consegui. Fiz um barraco de madeira e
agora já tem dois cômodos de alvenaria e uma parte sendo rebocada. Tenho certeza
que vou concluir até o final do ano. Falta construir a sala e a cozinha",
contou Maria, que mora com o marido, filha e netos no bairro Vale do
Itacaíunas.
Essa mesma fé que
realiza sonhos pode também fazer milagres, acredita a oleira Kátia Cilene.
"Meu filho é portador do vírus HIV e eu faço promessa porque eu sei que
Nossa Senhora vai curar ele. A fé alcança o impossível", louva a mãe.
Kátia segue a
procissão há três anos e, neste Círio, mesmo debaixo de um sol escaldante,
decidiu ir vestida com uma bata estilizada do filho, que é roqueiro. Preta com
detalhes em vermelho, a vestimenta é feita de tecido grosso e pesado, mas ela
não pensava em desistir. Carregando ainda um grande terço de madeira no
pescoço, ela cumpria o percurso rezando. "Tá quente. Mas estou feliz. Eu
vou seguir a procissão até o fim", afirmou a devota.
Assim como Kátia, a
devoção por Nossa Senhora falou mais alto do que o sacrifício para o pedreiro
Raimundo Francisco, que participa da procissão há 20 anos, descalço e puxando a
corda. O gesto é em agradecimento por ter superado um grave acidente.
"Cai do alto
de uma casa em que trabalhava. Desloquei um dos joelhos e pedi pra Nossa
Senhora em nome de Deus pra me curar, me deixar voltar a trabalhar e me
locomover. E eu estou aqui todo ano", afirmou o pedreiro.
Grandiosidade
- Segundo a
diretoria da festa, cerca de 200 mil fieis participaram da romaria no sudeste
paraense, reunindo pessoas de vários municípios da região. O Círio saiu do
bairro Marabá Pioneira e seguiu em direção à Nova Marabá, onde fica o Santuário
de Nossa Senhora de Nazaré.
O trajeto percorre
as principais vias da cidade, passando pela área conhecida como Bambuzal e
rodovia Transamazônica, cruzando Folhas como a 32, 26, 27, 31, 21, 28 e 16.
A procissão deste
domingo iniciou com uma hora de atraso. A previsão era começar às 7h da Praça
Duque de Caxias, na Marabá Pioneira, mas já passava das 8h quando a berlinda
começou a seguir com os romeiros. "Um dos pneus da carruagem que leva a
Imagem estourou por conta do peso da estrutura, que tem uma tonelada",
disse Francisco Juarez Peireira, que trabalha como voluntário há 20 anos,
prestando apoio à corda.
Segurança - A Polícia Militar atuou no Círio de Marabá de
forma integrada com outras forças de segurança. Segundo o major Edson, o
efetivo se concentrava em pontos estratégicos ao longo do percurso, com
policiais a pé, em viaturas e motopatrulhamento. Um drone também auxiliou nos
trabalhos. "A ideia é aumentar nosso raio de observação e não só atuar
rápido em casos delituosos, mas também prestar auxílio aos fiéis. Se o drone
visualizar uma pessoa desmaiando ou algum acidente, por exemplo, conseguimos
acionar a ambulância", disse o major.
Para o policial,
trabalhar no Círio é uma missão nobre e um momento bastante pessoal. "A fé
muda muita coisa no nosso sentimento. Aproveitamos para agradecer e pedir
proteção para o ano todo. Porque eu creio que nossa missão, por mais adversa
que seja, sempre terá êxito se tivermos a proteção divina", revelou Edson.
Fonte/Foto: Agência Pará
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