'GUERREIRA AMAZONA': RITA DE CASSIA É A PRIMEIRA AMAZONENSE NO WWE
Com apenas 24 anos, a jovem tem um currículo invejável na luta,
coleciona títulos de judô, jiu-jitsu, luta olímpica e Wrestling
Quem
é apaixonado por luta já deve ter ouvido falar da World
Wrestling Entertainment (WWE). Trata-se de uma empresa americana especialista
em transformar luta livre profissional em um verdadeiro show de entretenimento.
Rita de Cássia é a primeira amazonense a compor o time, ao lado de outros cinco
brasileiros, três homens e duas mulheres -do eixo Rio-São Paulo.
A
bela tem apenas 24 anos e um currículo invejável na luta. Só para você ter uma
noção, ela é campeã brasileira em judô, jiu-jitsu, luta olímpica e wrestling.
“Eu sou muito competidora, adoro luta agarrada e isso me ajudou a cada dia
melhorar nas modalidades, uma completa a outra”. Atualmente, Rita está se
aprimorando no pro-wrestling e conta que suas experiências anteriores ajudam na
nova fase. Esta modalidade mistura luta e ginástica.
Neste
mês de agosto, ela e o marido se mudaram oficialmente para Orlando, cidade no
centro da Flórida, Estados Unidos, para cumprir os três anos de contrato com a
WWE. “Eu estou adorando o meu trabalho, não poderia ser um trabalho melhor”,
diz.
Sua
estreia ainda não tem data marcada, mas estima-se que aconteça daqui a quatro
ou cinco meses de treino, tendo em vista que a modalidade vai muito além das
lutas, os atletas precisam encarnar personagens que arrancam a simpatia do
público.
Rotina
Ser
uma campeã na luta e nas telas exige muita dedicação. Todos os dias, Rita
participa de aulas de musculação, treino no ring, tem aula de inglês, aprende
sobre comportamento, como falar em público e tem até aula de artes. “Essa
empresa tem uma estrutura muito grande. Sempre quis trabalhar com luta, sempre
foi o meu sonho e faço o que eu mais gosto. Então, eu me sinto muito feliz em
representar o Brasil e o meu Estado”.
Geralmente,
no tempo livre, a amazonense gosta de ir à igreja e assistir filme. Outro hobby
que ela está gostando bastante de fazer é visitar a Disney e conhecer os
parques.
Rita
conta que estar morando em Orlando tem sido uma experiência nova e muito
gratificante para ela e o marido. “Graças a Deus, a empresa está me dando um
suporte maravilhoso. Tenho minha casa e meu carro”, compartilha. “Viver em um
país de primeiro mundo é muito legal”, diz.
Carreira
Esta
não é a primeira vez que nossa lutadora se vê longe de casa, fora do país.
Durante toda a carreira, as viagens para participar de competições foram muito
frequentes. Rita conheceu 12 países graças à luta, entre eles, Japão, Alemanha,
Itália, Argentina, Venezuela, Peru, Chile e Canadá.
Rita
coleciona títulos nas diversas modalidades de luta a que se dedica. Em 2017,
foi campeã mundial e pan-americana de jiu-jitsu. Também ganhou a seletiva de
Abu Dhabi, que ocorreu em Manaus, e foi seis vezes campeã amazonense na
modalidade.
No
judô, Rita foi a primeira mulher amazonense a garantir um título mundial.
Também foi campeã brasileira, quatro vezes medalha de prata e seis vezes bronze
em competições nacionais. Sem contar os títulos que conquistou em Berlin,
Áustria, República Tcheca e Itália.
Calma
que ainda tem mais. Rita foi campeã amazonense e bronze no brasileiro de luta
olímpica. Além de campeã de bit wrestling na praia.
Família
Seu
sucesso no esporte tem um segredo: o apoio da família. Rita começou a treinar
aos sete anos de idade. O interesse surgiu ao acompanhar a mãe, Raimunda Reis,
às aulas de muay thai. “Pensei que seriam meus filhos, mas foi ela a atleta da
casa”, conta o pai, Eduardo Reis. Rita é a caçula de três irmãos: Eduardo, 29,
e Iago, 27.
Aliás,
esporte é coisa de família. O pai, Eduardo, também tentou carreira na luta. Ele
e o irmão eram praticantes de karatê, mas nunca conquistaram grandes títulos.
“É um sonho realizado por meio dela dela, que nasceu com um dom para o esporte,
logo de primeira foi muito bem nas competições. Eu me sinto muito orgulhoso
como um pai e um ex-atleta”, compartilha.
A
família acompanhou toda a trajetória de anos para entrar no WWE. Foram muitas
etapas, mas agora pode ver o retorno do investimento. “Quando ela ia viajar,
não tinha patrocínio, a gente fazia rifa, tirava da poupança, os frutos estão
vindo agora. Tivemos muita sorte de conhecer as pessoas certas nos momentos
certos”, diz.
Guerreira
A
luta faz parte da vida de Rita desde o nascimento. Prematura de oito meses, os
médicos não achavam que ela sobreviveria e sugeriram que a mãe pedisse à santa,
que dá o nome da maternidade onde ela nasceu, Santa Rita de Cássia. “Eu fui lá
e pedi que ela salvasse a minha filha. Se ela sobrevivesse, teria o mesmo nome
da Santa”, conta a mãe.
Rita
nasceu com um problema no pulmão, mas, após 20 dias de internação, saiu do
hospital. “Ela nasceu lutando pela vida. É uma guerreira e eu tenho muito
orgulho da filha que Deus me deu. Ela nunca me deu nenhuma preocupação”,
compartilha a mãe emocionada.
O
pai também é só elogios. “Se você conhecesse ela pessoalmente, saberia que ela
é uma pessoa simples, focada”, fala Eduardo. Quando ainda morava em Manaus,
Rita chegou a ter uma rotina absolutamente corrida. Dava aulas em uma escolinha
de judô, trabalhava em um café da manhã no final de semana e treinava todos os
dias. “A vida dela era uma loucura, mas ela tinha foco total no que ela
queria”, conta o pai.
Eduardo
admira muito a vida fora do normal que a filha tem. “O atleta de alto
rendimento abdica de muitas coisas, festas, fins de semanas e bebidas, mas é
assim que se consegue os títulos”, diz.
Agora,
o foco de Rita é apenas um: melhorar no ring e representar bem o Brasil e o
Amazonas.
Fonte/Fotos: Jakeline Xavier - Em Tempo/Divulgação
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