AINDA CERCADA POR PRECONCEITO, TAXA DE CURA DA HANSENÍASE É DE 76,9% NO PARÁ
A
hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS
A hanseníase é uma
doença crônica, transmissível e de notificação obrigatória no Brasil. Ela
atinge os nervos, retira a sensibilidade da pele e pode até atrofiar membros.
Os sintomas são pequenas manchas que se espalham pelo corpo e ficam insensíveis
ao toque, a sensações de calor ou frio ou até mesmo de dor. Mas apesar do
estigma por conta das sequelas, a hanseníase tem tratamento. No Pará, a taxa de
cura da doença é de 76,9% dos casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Acontece que, ao
menor sinal de sintomas, é essencial buscar ajuda o quanto antes. O hansenólogo
da Coordenação de Controle da Hanseníase do Pará, Carlos Cruz, alerta que os
sintomas da doença podem ser facilmente confundidos e, justamente por isso, é
muito importante se dirigir à Unidade Básica de Saúde mais próxima.
“É uma doença
denominada dermato-neurológica, que acomete a pele e os nervos. Na pele, ela
causa manchas mais claras do que a pele normal ou avermelhadas e pode causar
lesões do tipo impingem, em uma linguagem popular. Pode causar nódulos, que são
caroços, ou placas vermelhas disseminadas pela pele. Ela acomete os nervos
causando dormências ou causando deformidades do tipo “garra” na mão, pode
causar um “pé caído”, pode causar ferimentos principalmente nos pés, por conta
da perda de sensibilidade. E também afetas os olhos, podendo causar fraqueza na
pálpebra e o indivíduo ficar com lesão que chama-se de paralisia da pálpebra.”
Por conta da falta
de conhecimento sobre hanseníase por parte da população, muita gente tem medo de
ter contato com quem está doente. Quase sempre existe um preconceito, que já
começa a partir do recebimento do diagnóstico. Esse foi o caso do funcionário
público Augusto Picanço, que trabalha em uma Unidade Básica de Saúde e, ao ter
contato com um paciente, também foi infectado.
“Para mim foi um
choque, eu não esperava. Comecei a chorar, me desesperei. Passei por psicólogo
e foi um trauma muito grande, eu fui à loucura. Comecei a me isolar da família.
Fiz o tratamento de um ano. Tive apoio, graças a Deus, da família, da direção,
dos funcionários de onde trabalho até hoje. Terminei o tratamento, fiz a
medicação e agora recebi a alta por cura, graças a Deus, e vivo a minha vida
normal. Por mais que eles (médicos) falassem: ‘a sua vida não vai mudar em nada,
não precisa se afastar, não precisa se separar de nada, leve uma vida normal, é
só fazer o tratamento, porque a doença tem cura, não pode é faltar ao
tratamento’.”
Por isso, o
importante mesmo é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer
mancha que tenha a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, ao calor ou
frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for
feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o
tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Então, não esqueça:
identificou, tratou, curou. Para mais informações acesse
saúde.gov.br/hanseníase.
Fonte: Raphael Costa, Agência do Rádio
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