RESUMO DO DIA - EDIÇÃO DA MANHÃ | SEGUNDA-FEIRA, 05 DE AGOSTO DE 2019
GOVERNO DORIA (SP) QUER ANULAR ACORDOS DE
LENIÊNCIA QUE CITAM REPASSES A ALIADOS
Reportagem
desta segunda-feira da Folha mostra que tentativas de promotores de São
Paulo em ressarcir valores que empreiteiras relatam ter repassado a políticos
esbarram em resistência do governo João Doria (PSDB) e de
outros membros do próprio Ministério Público paulista.
Em
xeque, estão acordos de leniência da Promotoria com a Odebrecht e com a CCR
(controlada por Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Soares Penido) homologados
por juízes estaduais e que chegam a R$ 103 milhões.
As
colaborações tiveram sua validade questionada no Tribunal de Justiça de São
Paulo com base na lei de improbidade, de 1992, segundo a qual esse tipo de
acordo não pode embasar uma ação de improbidade.
A
disputa já tem pedido de recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pode
acabar beneficiando aliados políticos do governador Doria.
Caso
os acordos sejam anulados, há divergências jurídicas sobre o possível uso das
provas contra esses políticos citados pelas empresas.
Foram
citados pelas empresas, entre outros políticos, os ex-governadores José Serra e
Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que
chegou a ser anunciado por Doria como chefe da Casa Civil mas foi afastado após
operação que investiga se ele recebeu propina da JBS.
Também
são mencionados oposicionistas, como a atual presidente do PT, deputada Gleisi
Hoffmann (PR).
Formalmente
chamados de "termos de autocomposição", os acordos funcionam como na
leniência.
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Fonte/Foto: Eduardo Lucizano, do UOL
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