RESUMO DO DIA - EDIÇÃO DA MANHÃ | QUARTA-FEIRA, 07 DE AGOSTO DE 2019
DELTAN USOU PARTIDO POLÍTICO EM AÇÃO CONTRA
GILMAR MENDES NO STF
Em
parceria com o site The Intercept Brasil, o UOL publica nesta quarta-feira
reportagem que aponta que o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato em
Curitiba, usou a Rede Sustentabilidade como uma espécie de laranja para
extrapolar suas atribuições e propor uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal)
contra o ministro Gilmar Mendes, segundo
mensagens privadas de integrantes da força-tarefa enviadas por fonte anônima ao
Intercept.
A
articulação, que envolveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), resultou na
apresentação de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental)
no Supremo para impedir que Gilmar soltasse presos em processos que ele não
fosse o juiz da causa.
A
negociação foi relatada por Dallagnol a outros integrantes da força-tarefa a
partir de 9 de outubro de 2018 --dois dias depois, a Rede de fato protocolou a
ADPF.
A
manobra tinha como objetivo driblar as limitações de seu cargo: Deltan e seus
colegas de Lava Jato são procuradores da República, primeiro estágio da
carreira do MPF (Ministério Público Federal) e só podem atuar em causas na
primeira instância da Justiça Federal. Por isso, têm atribuição de atuar em
processos da 13ª Vara Criminal Federal, comandada até novembro pelo ex-juiz Sergio Moro.
No
âmbito do MPF, a atribuição para atuar junto ao STF é exclusivamente da PGR
(Procuradoria-Geral da República), comandada por Raquel Dodge. Dessa forma, ao
usar um partido para dar sequência à causa, conforme revelam as mensagens, a
Lava Jato usurpou a competência da chefe do MPF.
Além
de Dodge, um seleto grupo de autoridades e instituições pode propor ADPFs no
Supremo: o presidente da República; as mesas diretoras da Câmara e do Senado;
as assembleias legislativas, os governadores e a OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil). Também têm essa prerrogativa confederações sindicais e de classe, além
de partidos políticos com representação no Congresso - caso da Rede
Sustentabilidade.
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Fonte/Foto:
Eduardo Lucizano, do UOL
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