VIVE NA AMAZÔNIA | TATU-CANASTRA: CONHEÇA O MAIOR E MAIS RARO TATU DO MUNDO
Também conhecido como tatu-açú ou
tatu gigante, ele é o mais raro do mundo, e também o maior: chega a medir mais
de 1 metro de comprimento e pesar mais de 60 quilos.
Imagens dos tatus da Amazônia foram
capturadas durante uma expedição da ong WWF na Reserva Extrativista Chico
Mendes, no Acre. No filme mostra diferentes espécies de tatus e traz várias
curiosidades sobre um dos animais mais distintos do bioma amazônico. A produção
faz parte do projeto "Moradores da Floresta".
Entre os animais retratados estão o
tatu-rabo-de couro (Cabassous unicinctus), o tatu-galinha (Dasypus
novemcinctuo), o tatu quinze-quilos (Dasypus kappleri) e o tatu-canastra
(Priodontes maximus). Eles aparecem escavando, se alimentando e até tomando
banho (!). As imagens são provenientes de armadilhas fotográficas instaladas no
interior da Resex.
Maior e mais raro
Um dos destaques do vídeo são as
imagens do tatu-canastra (Priodontes maximus). Também conhecido como tatu-açú
ou tatu gigante, ele é o mais raro do mundo, e também o maior: chega a medir
mais de 1 metro de comprimento e pesar mais de 60 quilos.
O tatu-canastra possui hábitos
noturnos e passa muito tempo debaixo do solo – por isso, imagens dele são
difíceis de serem encontradas; e existem dificuldades também para estudá-lo e
pesquisá-lo. Ele é tido como um dos mamíferos de grande porte menos conhecidos do
Brasil, vistos que existem poucos estudos científicos sobre este animal.
A visão do tatu-canastra é muito
ruim; seu olfato, porém, é bastante apurado. E, por conta das garras grandes e
fortes que chegam a 20 centímetros, o tatu-canastra é conhecido como
“engenheiro do ecossistema”: com as garras, ele cava e escava de maneira
profunda, alterando significativamente o ambiente em que se encontra.
Pequeno blindado
Os tatus são mamíferos Xenarthras,
pertencentes à ordem Cingulata. Eles se caracterizam pela sua grossa carapaça,
que serve de proteção e escudo. Por conta da carapaça, o nome em espanhol do
tatu é armadillo, termo que significa “pequeno blindado”.
A origem desses animais remonta há 80
milhões de anos – eles fazem parte de um grupo bastante distinto, que divide
ancestrais comuns com os tamanduás e preguiças. Eles são nativos do continente
americano e tem extensa área de ocorrência, aparecendo desde os Estados Unidos
até a América do Sul. Os tatus se alimentam de cupins, formigas, larvas,
pequenos vertebrados e vegetais.
Hanseníase
As principais ameaças aos tatus hoje
são a conversão de matas nativas em lavouras e pastos - que reduzem o habitat
natural necessário para a sobrevivência dessa espécie - e a caça. Eles também
são muito impactados por grandes obras, que diminuem sua área de circulação, e
por atropelamentos em estradas.
Um fato é que os tatus têm
importância também para a Medicina. Como um dos poucos animais além dos humanos
capazes de contrair a hanseníase, eles são muito importantes para os estudos
desta doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae,
ou bacilo de Hansen. Possivelmente, pessoas que caçam e comem tatus tem maior
risco de desenvolver essa enfermidade.
Moradores da Floresta
A série de vídeos intitulada
“Moradores da Floresta” tem como objetivo trazer à público imagens inéditas e
exclusivas da fauna amazônica – mais especificamente, das espécies que vivem
dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. Já foram lançados oito episódios,
que mostram animais como antas, tamanduás, aves, macacos, canídeos e, agora, os
tatus.
As armadilhas fotográficas são usadas
para monitorar a biodiversidade na reserva extrativista, que desenvolve também
o manejo florestal. Esse monitoramento ajuda a compreender se os animais que
vivem na área estão sendo impactados.
“O plano de manejo na Resex Chico
Mendes alcança uma área de 20 mil hectares e envolve 90 famílias. Na safra
2018, elas produziram cerca de 5 mil metros cúbicos de toras de madeira, num
sistema de extração de impacto reduzido que gera postos de trabalho e ocupações
produtivas muito importantes para as comunidades tradicionais”, explicou um dos
especialistas que acompanham o manejo florestal, o analista de conservação do
WWF-Brasil Moacyr Araújo.
Fonte/Fotos: Portal Amazônia, com
informações da WWF/Kennedy Borges e Frederico Lemos - ICMBio e WWF



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