COM DESCIDA DE 43CM, RIO NEGRO SAI DA COTA DE EMERGÊNCIA EM MANAUS

Rio Negro tem descido, em média, até 3 centímetros por dia

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) afirmou que ainda não é possível prever se o Estado do Amazonas terá o registro de uma grande vazante ou não
Com o início da vazante no final do mês passado, o rio Negro, até ontem, já tinha baixado 43 centímetros, desde que registrou a cota máxima de 29,42 metros, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Com 28,99 metros registrados pelo órgão ontem, o rio saiu da cota de emergência com uma média diária de decida em torno de dois a três centímetros por dia. Registros considerados normais para o período segundo os especialistas.
Por isso ainda não é possível prever se o estado terá o registro de uma grande vazante ou não. É o que explica a gerente de hidrologia do CPRM , Jussara Curi. “Ainda estamos nessa fase inicial da descida. Hoje (ontem) a gente saiu da cota de emergência, que é de 29 metros, mas ainda estamos na cota de alerta. Isso no caso do rio Negro. Os demais rios já estão baixando também, em um nível de normalidade. Ainda é cedo para dizer que teremos uma grande vazante, isso porque da mesma forma que a chuva contribui para a cheia, a ausência da chuva contribuiu para a vazante”, explicou.
De acordo com a ela, a previsão do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) é que ainda teremos registros de chuvas essa semana, com menos intensidade ou ausências nos próximos dias. O que reflete na descida dos rios. “Quanto mais seco o período, com menos chuva, mais seca a vazante. Porém, não tem com prever se vai ser superior a do ano passado.  Isso é muito relativo. Depende muito da resposta da chuva. O que a gente pode dizer é que para ter uma grande vazante temos que ter períodos secos consecutivos. O que não tem acontecido. Então é muito provável que não seja uma grande vazante. Mas ainda teremos esse tempo de estiagem e tudo depende dela para saber se teremos uma decida mais acelerada ou mais lenta”, pontuou a especialista.
Já a Defesa Civil do Amazonas disse que faz o monitoramento do nível dos rios e municípios atingidos tanto na cheia como na vazante, mas ainda estão voltados para as ações dos municípios em situação de emergência devido à cheia desse ano.
“O foco ainda está direcionado a atender as ações emergenciais voltadas para a enchente, que assolou 46 municípios. Porém, simultaneamente o nosso sistema de monitoramento e alerta, monitora os vários tipos de desastres recorrentes no Amazonas. Temos a enchente, a inundação, a estiagem, as erosões fluviais e as queimadas. Obviamente o foco hoje ainda é a operação enchente, estamos em andamento na segunda fase da operação cheia, mas o centro já começa a observar de forma mais atenta a questão da estiagem. Porém até o presente momento não teve  necessidades de uma ação emergencial por conta da vazante”, pontuou o  secretário executivo da Defesa Civil, Francisco Máximo.
INICIA ESTAÇÃO SECA NO AM
Sobre o início do verão amazônico, a chuva e as altas temperaturas,  que podem influenciar na descida das águas, os especialistas do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia confirmam que o estado já está no  início da estação seca, popularmente chamada de verão amazônico. Porém as previsões indicam temperaturas dentro da normalidade nos próximos dias (com pequena variabilidade ao redor dos 33°C).
“As médias mensais das temperaturas máximas diárias são maiores entre os meses de agosto a outubro devido à baixa nebulosidade nesse período. Todavia, as temperaturas máximas absolutas (maiores registros) acontecem em dias claros entre os meses de dezembro e abril, quando o sol está posicionado sobre o Hemisfério Sul”, explicou o chefe Divisão de Meteorologia do Censipam, Ricardo Dallarosa.
Segundo o órgão as altas temperaturas registradas esse ano, até então, aconteceram na primeira quinzena do mês de abril, quando o
monitoramento registrou 34,8°C. A data exata do registro não foi informada.

Fonte/Foto: A Crítica – Manaus/Junior Matos (freelancer)

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