PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DO PARÁ



Ao palestrar no Seminário de Defesa do Patrimônio Histórico de Belém, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico do Pará, o superintendente regional do Iphan, Cyro de Almeida Lins, ofereceu um brinde a quem soubesse quais são os bens parauaras reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Embora a plateia fosse de profissionais atuantes no setor, ninguém acertou mais do que dois itens, o que chama a atenção para a alarmante falta de divulgação.
Pois bem, são só cinco: o Círio de Nazaré, as festividades do Glorioso São Sebastião (na Região do Marajó), o Carimbó, o Modo de Fazer Cuias do Baixo Amazonas, Saberes e Práticas Associados aos Modos de Fazer Bonecas Karajá e Rtixòkò: Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá, além da Roda de Capoeira e do Ofício e Mestres da Capoeira (que são bens protegidos em todos os estados brasileiros). Nada mais.


O simpático Cyro, que é nordestino mas se declara paraense por adoção, contou que o ofício de tacacazeira foi proposto mas o Iphan não registrou ainda porque - vejam só! - a origem do fazer é também reivindicada pelo Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. Está em processo de instrução, assim como a Marujada de São Benedito, em Bragança. Somente.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216, define o patrimônio cultural imaterial como formas de expressão, modos de criar, fazer e viver. O Iphan foi criado em 13 de janeiro de 1937. É espantoso que tantos bens culturais imateriais que dizem respeito à identidade e memória do Pará permaneçam sem registro em nível nacional.


As fotos são do acervo do Iphan.

Fonte: Franssinete Florenzano

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