PANORAMA POLÍTICO: NO VAIVÉM SOBRE ARMAS, SENADO APROVA POSSE EM TODA EXTENSÃO DE IMÓVEIS RURAIS
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro decidiu voltar atrás sobre os
decretos que flexibilizava o porte de armas no país. A ordem presidencial
sofria resistência do Parlamento e, inclusive, teve a anulação aprovada pelo
Senado. Antes de sofrer outro revés na Câmara, Bolsonaro revogou os decretos e
buscou o estabelecimento de um acordo para que as medidas fossem instauradas
via Projeto de Lei.
O presidente tem sofrido para conseguir levar adiante as pautas que ele próprio
encapou durante a campanha eleitoral. Uma de suas principais bandeiras, como
todos sabem, era a flexibilização das normas para a
posse e o porte de armas.
A discussão jurídica sobre a legalidade dos decretos de Bolsonaro era válida e
merecia atenção. O problema é que o debate descambou para o campo
político. E, neste terreno, a população já decidiu em referendo popular
realizado em 2005. O povo exigiu a liberdade para o livre exercício do direito
à legítima defesa.
Mas com o cenário desfavorável, o governo teve de negociar. Além de revogar as
ordens anteriores, o Executivo editou três novos decretos - considerados mais
brandos, prometeu enviar ao Congresso um Projeto de Lei que tratasse do assunto
e acordou a votação imediata de uma proposta que liberasse a posse de arma em
toda a extensão de propriedades rurais. Uma espécie de porte, dentro da
propriedade. Essa proposta foi analisada e aprovada pelo Senado na noite desta
quarta-feira (26). Agora, o texto segue para a Câmara.
Alguns especialistas no assunto, como Bene Barbosa, do movimento Viva Brasil,
avaliam que na prática a figura do ”porte de arma” dentro da propriedade rural
sempre existiu. Em uma rede social, ele classificou como “balela”, a aprovação
da proposta pelo Senado.
Todos esses acontecimentos ocorreram nesta semana. O mais incrível é que até o
início da manhã de terça-feira (25), o governo negava que negociaria quaisquer
desses pontos.
Agora, o cumprimento da promessa de campanha vai ter de esperar a análise do
Parlamento. Nada mais democrático. Isso, claro, partindo do princípio de que os
decretos eram mesmo inconstitucionais. Mas, como já dito nesta coluna, a
discussão saiu dessa esfera e partiu para a política do dia-a-dia.
Agora é aguardar os episódios dos próximos dias.
Fique ligado!
Será que sai acordo? Está marcada
para a manhã desta quinta-feira (27) a leitura do voto complementar do relator
da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, deputado Samuel
Moreira (PSDB-SP).
O parlamentar vai acrescentar alguns pontos ao parecer original apresentado por
ele no dia 13 de junho. Entre as alterações, existe a expectativa para uma
possível reinclusão de estados e municípios na proposta que reformula as
aposentadorias. Para que isso ocorra, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), tem trabalhado na costura de um acordo com governadores e líderes
partidários.
Punição para juízes e procuradores... O Senado
Federal aprovou, na noite desta quarta-feira (26), o Projeto de Lei que
criminaliza o abuso de autoridade realizado por juízes e procuradores. Ao todo,
foram 48 votos favoráveis e 24 contrários.
O texto aprovado faz parte do pacote das dez medidas contra a corrupção, que
foram sugeridas por iniciativa popular em 2016. Porém, o trecho que prevê
punição para magistrados não fazia parte da redação original da proposta.
O projeto que estava parado no Senado desde 2017, ganhou força na Casa após a
repercussão da crise provocada pela divulgação de conversas entre o ex-juiz
Sergio Moro e membros da força-tarefa da operação Lava Jato.
Punição para o traficante... O presidente Jair Bolsonaro afirmou no
Twitter que exigiu “investigação imediata e punição severa” ao
militar flagrado com 39kg de cocaína em avião da FAB (Força Aérea Brasileira)
na Espanha.
“Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de ontem,
ocorrido na Espanha, é inaceitável. Exigi investigação imediata e punição
severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB.
Não toleraremos tamanho desrespeito ao nosso país”, escreveu o presidente.
Fonte/Foto: João Paulo Machado, da Agência do
Rádio


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