CHEIA | EM MANAUS, RIO NEGRO COMEÇA A 'INVADIR' RUA DOS BARÉS E JÁ ULTRAPASSA COTA DE EMERGÊNCIA
Rua no Centro de Manaus
começou a sentir a subida do rio Negro. A via ainda não chegou a ser
interditada, mas segue alagada
Tão certo quanto a subida do rio Negro é a queda de movimento nos comércios da rua dos Barés, no Centro
de Manaus. A rua não chegou a ser interditada (como já aconteceu em outros
anos), mas segue alagada na parte mais baixa, deixando apenas as calçadas
estreitas, onde pedestres dividem o espaço com carregadores. A “invasão” das
águas na rua comercial é o reflexo dos 29,11 metros do nível do rio negro,
alcançado ontem, conforme dados do porto de Manaus. Por isso, a prefeitura
anunciou a Situação de Emergência, que deverá ser publicada no Diário Oficial
do Município (DOM) hoje.
Ou seja, não há nada de
novo sob as águas do rio. Pelo menos esse é o sentimento do carregador seu
Barbosa, que trabalha na Feira da Manaus Moderna há mais de 20 anos. Ele relata
que as águas do rio subiram muito mais nos últimos dias. “Essa rua sempre alaga
nessa época do ano. Já é esperado por todos que trabalham nas redondezas. A
prefeitura já deveria ter resolvido esse problema há muito tempo”, cobra ele.
Quem também não poupa
críticas ao poder público municipal é o comerciante Elson Oliveira, dono de uma
distribuidora que fica no meio da parte alagada da rua. “O movimento no
comércio esse ano até que não caiu tanto como em anos anteriores, mas é aquela
história, né?, se o rio subir mais um pouco, nos prejudicará muito. Uma
intervenção para impedir que as águas do rio se acumulem nessa rua é possível,
o que falta é vontade política dos nossos governantes. É uma vergonha uma
capital rica como Manaus ainda sofrer com um fenômeno previsível como a subida
do rio”, criticou.
Até a próxima semana, o
rio Negro deverá atingir a média de 29,18 metros podendo chegar à máxima de
29,33, segundo prognóstico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgado na
última sexta-feira.
De acordo com a Defesa
Civil de Manaus, 15 bairros estão na lista de mais afetados pelas subidas dos
rios. São eles: Tarumã, Mauazinho, São Jorge, Educandos, Raiz, Betânia,
Presidente Vargas, Colônia Antônio Aleixo, Aparecida, Centro, Santo Antônio,
Cachoeirinha, Glória, Compensa, Puraquequara e a zona rural e ribeirinha.
“Segundo o levantamento da
Secretaria Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) foram 2.071 famílias
cadastradas nos 15 bairros”, disse na ocasião o secretário executivo da Defesa
Civil de Manaus, Cláudio Belém.
Seminf lista ações
realizadas
Procurada pela reportagem,
a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informou, por meio de nota
enviada à redação de A CRÍTICA, que a pasta segue trabalhando na prevenção de
alagações executando regularmente drenagens, limpezas de bueiros, retiradas de
lixos domésticos em vários igarapés da cidade.
“A prefeitura também
executa limpezas e campanhas de conscientização junto à população”, informou a
pasta. “Vale destacar que os locais atingidos pela cheia são monitorados pela
Defesa Civil municipal que, anualmente, realiza ações em parceria com outros
órgãos para minimizar os impactos do fenômeno, como descontaminação das águas,
construção de pontes, cadastro e retiradas de famílias, entre outras
atividades”, encerrou, sem informar, no entanto, se há algum projeto específico para a rua dos
Barés.
Fonte/Foto: Luiz G. Melo, A Critica Manaus/Márcio Silva
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