REVOGAÇÃO: HELDER ASSINA CARTA CONTRA DECRETO DE BOLSONARO SOBRE ARMAS
O Governador do Pará,
Helder Barbalho, assinou uma carta em que pede a revogação do decreto das armas
do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Além de Helder, outros 13 governadores do
país também mostraram que são contra o projeto de Bolsonaro. No texto divulgado
nesta terça-feira (21), os governantes pedem que os "poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário da União atuem tanto para sua imediata revogação como
para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no
país".
O documento, assinado por
Bolsonaro no início deste mês, amplia a quantidade de categorias e pessoas que
têm direito a porte de armas no país.
O manifesto foi assinado
pelo governador do Pará, assim como pelos governadores dos nove estados do
Nordeste e pelos administradores do Distrito Federal, Amapá, Tocantins e do
Espírito Santo. O documento será enviado ao Planalto nos próximos dias.
Confira a lista dos
governadores que assinaram a carta:
Helder Barbalho (MDB),
governador do Pará
Ibaneis Rocha (MDB),
governador do Distrito Federal
Flávio Dino (PCdoB),
governador do Maranhão
Wellington Dias (PT),
governador do Piauí
Paulo Câmara (PSB),
governador de Pernambuco
Camilo Santana (PT),
governador do Ceará
João Azevedo (PSB),
governador da Paraíba
Renato Casagrande (PSB),
governador do Espírito Santo
Rui Costa (PT), governador
da Bahia
Fátima Bezerra (PT),
governadora do Rio Grande do Norte
Renan Filho (MDB),
governador do Alagoas
Belivaldo Chagas (MDB),
governador de Sergipe
Waldez Góes (PDT),
governador do Amapá
Mauro Carlesse (PHS),
governador do Tocantins
AÇÕES INTENSIVAS
Para os governadores, as
medidas apresentadas no documento vão trazer um impacto negativo para o combate
à violência. "Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na
violência --aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão
abastecer
criminosos-- e aumentarão
os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em
tragédias".
Leia a íntegra da carta:
Carta dos Governadores
sobre o Decreto Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a Regulação
Responsável de Armas e Munições no País
Como governadores de
diferentes estados do país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização
da atual legislação de controle de armas e munições em razão do decreto
presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação
como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no
país.
Sabemos que a violência e
a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados e que representam
um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil.
Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são
usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública
do país e é preciso enfrentá-lo.
Por essa razão, é urgente
a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e
munições durante toda a sua existência, desde sua produção. Também é
fundamental aumentar os meios de controle e fiscalização para coibir os
desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na
legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que
essas não são soluções mágicas, mas são condições necessárias para a melhoria
de nossa segurança pública.
Diante deste cenário, e a
partir das evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo
decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário,
tais medidas terão um impacto negativo na violência - aumentando por exemplo, a
quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos - e aumentarão
os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.
As soluções para reverter
o cenário de violência e insegurança no país serão fortalecidas com a
coordenação de esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer
políticas públicas baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional
de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas
populações e territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada
da criminalidade.
Reforçamos nosso
compromisso com o diálogo e com a melhoria da segurança pública do país.
Juntos, podemos construir um Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.
Fonte/Foto:
com informações do UOL/Reprodução
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