LUXEMBURGO DOA 100.000 EUROS A LÍDER INDÍGENA PARA DEFESA DAS FLORESTAS E TRIBOS DA AMAZÓNIA


O grão-Duque Henri recebeu o líder indígena Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, no palácio.

Além de Raoni Metuktire, estiveram no encontro mais três líderes indígenas que vivem no Xingu e que depois de deixarem o Luxemburgo seguem para o Mónaco e terminam o périplo em Itália, onde irão encontrar-se com o Papa Francisco no Vaticano.
O Grão-Ducado doou esta segunda-feira 100.000 euros ao líder indígena Raoni Metuktire para a defesa das florestas e tribos da Amazónia. O líder  da etnia Kayapó encontrou-se esta manhã com o Grão-Duque Henri, o primeiro ministro Xavier Bettel e Pierre Gramegna, ministro das Finanças, na capital, no âmbito da luta contra a desflorestação na Amazónia.
Raoni empreendeu um périplo de três semanas pela Europa, iniciado em Paris, durante o qual pretende arrecadar um milhão de euros para proteger a reserva do Xingu, localizada na floresta amazónica, lar de vários povos indígenas ameaçados pela indústria madeireira e pelo agronegócio. Depois de Paris, o líder indígena passou também pela Bélgica e Suíça.
Durante o encontro, Xavier Bettel precisou que "o governo comprometeu-se a apoiar a ação climática nos países em desenvolvimento, que cobre projetos florestais" como é o caso da reabilitação do perímetro da reserva do rio Xingu.
Com a finalidade de apoiar a gestão de florestas secundárias da América central já tinha sido criado pelo Governo e alguns membros do setor privado da praça luxemburguesa um fundo designado "Forestry and Climate Change Fund" (FCCF).
Segundo os membros da associação Forêt Vierge (Floresta Virgem), da qual Raoni é presidente honorário, os fundos arrecadados serão usados para substituir os sinais nos limites da vasta reserva do Xingu e para comprar drones e equipamentos técnicos para monitorizar a região e protegê-la contra incêndios. Algumas das comunidades no Xingu precisam ainda de recursos a nível da saúde, educação e conhecimento técnico para a extração e comercialização de produtos renováveis obtidos na floresta.
A viagem do líder indígena ocorre num período de grande tensão devido ao aumento das ameaças à Amazónia por parte dos setores de mineração e agricultura que encontraram no Presidente do Brasil um aliado. Um dos primeiros atos de Jair Bolsonaro como Presidente foi transferir a responsabilidade sobre as demarcações de terras indígenas do Ministério da Justiça para o da Agricultura que, historicamente, defende os interesses dos grandes proprietários de terras. A medida foi fortemente criticada por organizações não-governamentais, mas Bolsonaro acusou estas instituições de "explorarem e manipularem" os índios.

Fonte/Foto: www.wort.lu/Claude Piscitelli

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.