ECONOMIA | LIBERAÇÃO DE PIS E PASEP PODE INJETAR R$ 10 BILHÕES NA ECONOMIA
Economista do Pará avalia impacto de recursos na
economia, que tem fraco desempenho
O governo de Jair
Bolsonaro avalia liberar novamente o saque das contas dos trabalhadores do
Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (Pasep), assim como fez o governo do presidente Michel Temer,
no segundo semestre de 2018. A medida pode proporcionar uma injeção imediata de
R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões na economia, mas ainda é considerada uma solução
temporária para a baixa expectativa de crescimento do país.
O economista Luiz
Carlos Silva, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará (Corecon-
PA), afirma que a intenção do atual governo em permitir a liberação é uma
reação ao baixo desempenho do setor produtivo no primeiro trimestre do ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda
de 1,3% na produção industrial entre fevereiro e março, o que é visto como um
sinal de que a economia pode ter voltado a encolher nos primeiros três meses.
"Se a indústria não produz, os outros setores, de comércio e serviços,
também ficam paralisados. Uma coisa puxa a outra. Acho que a medida é positiva,
pois traz liquidez para a nossa economia. Quando Temer fez isso, houve
crescimento quase imediato de 0,5% da economia. É o possível que ocorra o mesmo
agora", avalia o conselheiro.
Dinheiro que existe
Para o economista,
outro aspecto positivo da ideia é o fato de movimentar um dinheiro que
"existe de fato", não é fruto de especulação. Luiz Carlos se refere à
medida cogitada por alguns setores de que o governo imprimisse mais papel-moeda,
o que traria o risco de iniciar o país em mais um ciclo de inflação, que é o
aumento contínuo e generalizado dos preços. "Essa foi uma das coisas mais
estapafúrdias que escutei nos últimos tempos. A liberação do PIS é interessante
porque esse dinheiro está contingenciado e está nas contas do país. A única
ponderação que faço é de que essa solução é de curto prazo, pois rapidamente
esse dinheiro vai acabar", alerta.
De acordo com
Silva, medidas em longo prazo são as reformas estruturais do Estado, como a
reforma da Previdência. "Ainda que eu não concorde com a proposta que está
aí, devido ao tempo de contribuição estabelecido em 40 anos, tenho certeza de
que ela é necessária para que haja aumento do crescimento", completa.
Na transição de
governo, o então Ministério de Planejamento, que foi fundido ao atual
Ministério da Economia, alertou para a necessidade de discutir a conveniência
de manter o fundo e estudar "alternativas para a destinação mais
proveitosa desses recursos". "A evolução dos saques mostra que
dificilmente os recursos restantes serão reclamados. As razões variam desde o
falecimento do cotista até o desinteresse do trabalhador após passado tanto
tempo desde a contribuição", dizia o documento divulgado à época.
O Fundo PIS/Pasep
hoje é usado como fonte de recursos em empréstimos concedidos pelo Banco
Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e, em menor medida, pelo Banco do Brasil e
pela Caixa.
Fonte/Foto: Redação integrada de O Liberal
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