CRUELDADE NUNCA MAIS: DIGA NÃO À LIBERAÇÃO DA CAÇA NO BRASIL
Não é novidade que
parlamentares da Bancada Ruralista estão trabalhando para legalizar as caças
comercial e esportiva no Brasil. No entanto é importante frisar que a motivação
para tanto está além do prazer pelo derramamento de sangue e na crueldade. A
verdadeira motivação é o fato de que estes parlamentares são bancados pela
indústria armamentista e têm como objetivo aumentar a circulação de armas e
munições na sociedade.
O primeiro parlamentar a
levantar essa bandeira foi o ex deputado federal Valdir Colatto, que não foi
reeleito, mas atualmente foi nomeado como Chefe do Serviço Florestal
Brasileiro.
Atualmente existem quatro
propostas legislativas tramitando com este fim, todas elas ignoram
completamente a Constituição Federal que obriga o Poder Público "proteger
a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade." e também os direitos animais conquistados ao longo do tempo e
a insatisfação da sociedade, que não tolera mais a crueldade cometida contra os
animais.
Conheça as projetos de lei
que pretendem legalizar a caça e seus autores:
PL 6268/16 de autoria do ex deputado Valdir Colatto
MDB/SC
Legaliza no Brasil as caças
desportiva e comercial, retira o direito de os agentes de fiscalização do Ibama
e do ICMBio trabalharem armados enquanto os caçadores permanecerão armados,
possibilita a criação de Fazendas de Caça, flexibiliza em muito o Tráfico de
Animais.
PLP 436/2014 de
autoria do deputado federal Rogério Peninha Mendonça MDB-SC
Altera a Lei Complementar
nº 140/2011, para permitir que a “Caça, Apanha ou Manejo da Fauna” possam ser
autorizados por atos administrativos de cada Estado.
PL 7.136/2010 – de autoria do deputado federal Onyx
Lorenzoni DEM/RS (atual chefe da Casa Civil do Governo Bolsonaro)
O projeto foi votado e
rejeitado na Comissão de Meio Ambiente em 2011, tendo sido arquivado em junho
daquele ano, no entanto, em 2019
Lorenzoni requereu o desarquivamento. O PL retira a exclusividade da
União em liberar a caça de animais, repassando essa decisão para cada um dos
5.570 municípios brasileiros.
PL 1.019/2019 – de autoria do deputado federal
Alexandre Leite DEM/SP
Cria o Estatuto dos CACs –
"Colecionadores, Atiradores e Caçadores”, que na teoria seria para para
designar exclusivamente caçadores de espécies invasoras mas, na prática, libera
a atividade da caça de forma geral. Transfere exclusivamente ao Exército a autiorização,
controle e fiscalização da atividade. Em seu artigo 23, determina que o órgão ambiental irá definir quais
espécies podem ser caçadas, a quantidade de animais a abater, o período de
tempo da temporada e sua abrangência geográfica.
Vale lembrar que, além de
cruel, a caça é considerada um dos principais fatores da redução de populações
e extinção de espécies.
O Brasil lidera o número
de assassinatos no mundo. Neste contexto, introduzir um suposto esporte (como é
tratada a caça hoje, por seus adeptos), ou mesmo transformá-la numa atividade
de cunho cultural, que está intrinsecamente ligada ao uso de uma arma de fogo,
significa empurrar o Brasil na trilha de mais violência. Além disso, a
liberação da caça potencializa o tráfico de armas no país.
A caça é uma atividade que
aguça o instinto cruel do ser humano, coloca em risco a biodiversidade,
incentiva a violência e pode provocar a extinção das espécies nativas, por não
haver fiscalização efetiva dos animais que foram caçados.
Fonte/Foto:
movimentocnm.blogspot.com
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