ARTIGO: DESUMANIDADE
A internet veio para
ficar. A cada dia estamos mais mergulhados na tecnologia e tornando ela
essencial à nossa “sobrevivência”. Os mais influenciados são os mais jovens que
já crescem conectados, a internet parece fundamental como a energia elétrica e
a água encanada. Torna-se cada vez mais hábito comum postar tudo o que se faz
em tempo real no Facebook, visitar lugares para tirar fotos e postar os seus
melhores ângulos no Instagram, saber dos principais acontecimentos no Twitter,
conversar com os amigos no whattsapp e paquerar no Snapchat ou Tinder. As
“coisas” estão cada vez mais conectadas e são comandadas através do celular.
Ligar a luz, trocar os canais de TV, comprar qualquer tipo de produto,
acompanhar os filhos através de câmeras Wi-Fi, ir até um endereço, escolher o
restaurante, o hotel e qualquer serviço necessário a partir da avaliação de
outros usuários. E aos poucos perdemos a independência, perdemos a essência
daquilo que nos torna humanos e que permitiu que o ser humano desenvolvesse e
tornando-se dominante no planeta frente às outras espécies. Perdemos aos poucos
nossa capacidade de interagir, de relacionar com outros, de sentir o que o
outro sente, de ter empatia.
Essa “evolução
tecnológica” nos torna mais frios, mais individualistas e cada vez mais
isolados. Cada vez mais pedimos refeições em casa e não frequentados os
restaurantes e lanchonetes, pagamos um serviço de streaming para assistir aos
filmes e deixamos de frequentar os cinemas, trocamos os carinhos e amassos na
praça pelas horas no whattsapp mandando nudes, trocamos as visitas aos parentes
por video chamadas, as conversas do final de semana com os amigos pela imediata
divulgação do que você está pensando, nao andamos mais de mãos dadas com quem a
gente ama e sim com o celular nas mãos, sentamos à mesa para as refeições cada
um em seu mundo e isolados na sua individualidade personificada em uma máquina
que de servir para se comunicar e se tornar espelho e dormimos e acordamos
dando bom dia e boa noite aos amigos nas redes sociais mas não cumprimenta os
quem dormiu ao nosso lado.
Vivemos na era da
desumanidade, estamos menos humanos e mais máquina, por isso é cada vez mais
comum a intolerância, tornam-se mais frequentes e populares os discursos de
ódio, por que encontram abrigo em corações vazios, sem sentimento.
Este é um caminho sem
volta, por mais que lutemos para nos manter “humanos raiz” nossos descendentes
são expostos ferozmente a está nova realidade e quando percebemos já fomos
absorvidos por ela.
E apesar de estar lutando
contra tudo isso, estou escrevendo este texto usando o celular e ao meu lado
jazem meus amigos de infância e companheiros da alfabetização, o lápis e o
papel.
Fonte/Foto:
Harald Dinelly, cronista O Jornal da Ilha/Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário