TRADIÇÃO: CELEBRAÇÃO E PROCISSÃO DOS MASTROS ABREM O SAIRÉ 2018 EM ALTER DO CHÃO
Festa que homenageia o Divino Espírito Santo, ocorre
em Santarém, oeste paraense. Centenas de pessoas participam da abertura nesta quinta-feira
(20)
O Sairé - festa que
homenageia o Divino Espírito Santo - começou oficialmente nesta quinta-feira
(20), com a tradicional procissão religiosa, busca e levantamento de mastros na
vila de Alter do Chão, distante quase 37 km da zona urbana de Santarém, no oeste
do Pará. Centenas de pessoas participam da abertura da festa, que vai até
segunda (24) e espera receber uma multidão.
A procissão religiosa
reúne personagens importantes da festa: saraipora, juiz e juíza, mordomos,
foliões, alferes e o capitão. Antes da caminhada, uma celebração com pedidos de
bençãos ao Divino Espírito Santo. Depois, é hora de caminhar por ruas da
pequena vila, com cerca de 5 mil habitantes.
A missão é buscar os dois
mastros [troncos de árvores,] depois enfeitar com frutas da região e por fim,
erguer na praça onde o evento é festejado. Nessa missão, homens e mulheres
participam de uma disputa e ganha quem primeiro levantar o mastro enfeitado. A
disputa nada mais é do que uma confraternização para celebrar a fartura.
Os troncos das árvores
foram retirados da mata há quatro dias. Eles foram postos na areia da praia do
Cajueiro, distante quase 1 km do local da festa. A procissão de busca também
foi marcante e faz parte da abertura da celebração.
Por volta de 8h desta quinta,
a procissão tomou rumo. No trajeto, as tradicionais ladainhas do Sairé,
entoadas por religiosos e até turistas. A Saraipora, mulher que conduz o
símbolo do Sairé, comanda a procissão. A missão é de dona Dalva de Jesus
Vieira. Ela é responsável por levar um dos ícones mais importantes da festa.
Depois de chegarem na
praia do Cajueiro, homens e mulheres colocam os mastros nas costas e retornam à
praça. O passo seguinte é decorar, com frutas da região. Os mastros enfeitados
representam a fartura. Eles só são derrubados no último dia de Sairé, no ritual
que marca o encerramento dos festejos.
A procissão também reuniu
os foliões, comunitários e turistas, embalados por músicas religiosas durante
todo o percurso. O Grupo Espanta Cão, ícone da cultura Borari, é quem toca,
canta e amima o Sairé.
Sairé
A festa ocorre todo ano e
reúne elementos religiosos e profanos. Segundo historiadores, a festividade
ocorre a mais d 300 anos e foi introduzida na Amazônia durante as missões
evangelizadoras de padres jesuítas no fim do século 17.
A festa é repleta de
simbolismo, com detalhes que mostram a influência do período de colonização,
como é o caso do símbolo maior, o arco do Sairé, que lembra um escudo
português, e que louva o Divino Espírito Santo. O evento conta ainda com a
disputa folclórica entre os botos Cor de Rosa e Tucuxi. As apresentações
ocorrem no Lago dos Botos, que fica na praça do Sairé, local onde também ocorre
shows musicais.
Fonte/Foto:
G1 Santarém/Adonias Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário