CORDA DO CÍRIO DEVE CHEGAR ATÉ O DIA 20 EM BELÉM
A corda do Círio 2018
deverá chegar a Belém até o dia 20. Um dos principais ícones do Círio de Nossa
Senhora de Nazaré pesa cerca de uma tonelada e tem 800 metros de comprimento,
sendo 400 para utilização na Trasladação à véspera do Círio em 13 de outubro, e
400 para o Círio, no domingo, 14.
“Tão logo chegue a Belém,
a corda será entregue pela transportadora para ser armazenada na Estação dos
Carros. Esse sempre é um momento importante nos preparativos da Arquidiocese de
Belém e da Diretoria da Festa para a realização do Círio”, afirmou o diretor de
Procissões da Diretoria da Festa de Nazaré, Antônio Souza A corda, toda em
cisal torcido, possui 50 milímetros de espessura e vem de carreta proveniente
do Estado de Santa Catarina. A carreta com o artigo já está em viagem com
destino à capital paraense.
Tradição
Tanto na Trasladação como
no Círio, a corda funciona como instrumento de expressão de fé por parte de
romeiros. No sábado, muitos jovens aproveitam a Trasladação para agradecer
graças alcançadas e solicitar proteção e bênçãos à família, aos estudos, à busca por empregos e ao aperfeiçoamento da
profissão.
No Círio, romeiros mantêm
a tradição de pagar promessas, as mais variadas possíveis, seguindo na corda,
em sacrifício, para acompanhar a imagem peregrina da santa padroeira da
Amazônia nas ruas de Belém. Foi em 1885 que a
corda passou a fazer parte do Círio, porque uma enchente da Baía do
Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da
procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não
conseguissem puxá-la.
De acordo com informações
oficiais da Arquidiocese de Belém, os animais então foram desatrelados e um
comerciante local emprestou uma corda para que os fieis puxassem a berlinda. A
partir daí, a corda, então, passou a fazer parte do Círio. Esse elemento
estrutural da festa maior dos paraenses já chegou, inclusive, a ser alvo de
polêmicas. Foi, inclusive, abolida da festa entre 1926 e 1930, pelo arcebispo
Dom Irineu Jofily.
Como informa a
Arquidiocese, até 2003, o formato da corda era de “U” com as duas extremidades
atreladas à berlinda. A partir de 2004, por motivos de segurança, a corda
ganhou formato linear dividida em cinco estações confeccionadas em duralumínio
que ajudam a dar tração à corda e ritmo às romarias. Em cada uma das estações
há a presença constante
dos chamados animadores da
corda que têm a função de estimular os promesseiros por meio de palavras de
ordem, cânticos e orações.
O desafio dos
coordenadores do Círio é conscientizar as pessoas que seguem na procissão de
que a corda não deve ser cortada até o seu destino final. Campanhas de
sensibilização dos romeiros e promesseiros em geral são realizadas desde 2011.
Além do recebimento e
checagem da corda do Círio, os dirigentes da Diretoria da Festa de Nazaré
deverão ter outra ação estratégica na semana que vem. Eles têm programado
começar a vistoria e reparos da berlinda e dos 13 carros utilizados no Círio.
Os carros devidamente
ornamentados são utilizados para receber objetos dos promesseiros que
acompanham a romaria no segundo domingo de outubro. Os carros são guarnecidos
pela Guarda de Nossa Senhora de Nazaré e por estudantes de escolas públicas e
particulares da Região Metropolitana de Belém.
Fonte/Foto:
O Liberal/Tarso Sarraf
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