QUILOMBOLAS APRENDEM A USAR DADOS E ESTATÍSTICAS PARA MELHORIA DE VIDA DA COMUNIDADE
Com estes conhecimentos é possível construir planos de vida para
empoderamento dos povos da floresta amazônica
Nos
dias 06 a 08 de julho, jovens quilombolas de Oriximiná-PA aprenderam a usar
dados e estatísticas para melhoria de vida da comunidade. Eles participaram de
uma oficina de data sprint promovido pela Equipe de Conservação da Amazônia
(ECAM) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de dados
(IBPAD), com apoio da USAID dentro do Programa Territórios Sustentáveis e Programa
Novas Tecnologias. O objetivo é ensiná-los a usar levantamentos
estatísticos para identificar problemas
da comunidade e construir planos de vida, apontando caminhos e soluções.
Para
Vasco Van Roosmalen, diretor da Ecam, é muito importante empoderar os povos da
florestas para que eles sejam agentes da própria transformação. “Somente eles
podem afirmar com total propriedade o que é melhor para a comunidade, dentro de
seus preceitos e da autopreservação cultural. Queremos oferecer ferramentas
tecnológicas para que eles possam estruturar de forma sistematizada e
metodológica suas necessidades, como, por exemplo, serviços de saneamento
básico, água potável, educação, serviços de saúde, entre outros”, destaca.
O
data sprint permite exatamente obter resultados baseados em dados de forma
rápida e objetiva. Com isso, será
possível investigar e colher dados para levantar hipóteses de soluções ou
direcionamentos, que serão estudados através de modelagem matemática e/ou estatística.
“Na prática, poderão estruturar planos de vida e elaborar projetos para
apresentar ao governo, empresas de iniciativa privada e outras instituições que
possam subsidiar ou criar parcerias para solucionar os problemas levantados”,
ressalta.
Outras
iniciativas
Como
esta oficina, a Ecam promove outras atividades visando a elaboração dos Planos
de Vida e do Fundo Quilombola, duas ferramentas de gestão territorial
participativa, importantes para dar voz aos povos e populações tradicional.
“Quando inserimos ferramentas tecnológicas dentro destas comunidades, estamos
dando um grande passo para a preservação sociocultural. Assim, eles se tornam
detentor de conhecimento para proteger seu patrimônio e também seu povo”.
Para
se ter uma ideia, o quilombo de Boa Vista Trombetas, no município de Oriximiná,
conseguiu finalizar no fim do mês de junho de forma participativa o seu Plano
de Vida. Com isto, estabeleceram metas a serem cumpridas nos próximos 5, 10, 15
e 20 anos. O trabalho foi realizado em duas etapas contemplando assunto das
áreas de cultura, fortalecimento institucional, habitação, saúde, educação,
meio ambiente e geração de renda.
Fonte/Foto: Prezz Comunicação/Divulgação ECAM
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