BELÉM RECEBE PELA PRIMEIRA VEZ O FESTIVAL IN-EDIT
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Dona Onete |
Evento reúne documentários musicais, incluindo paraenses, de hoje a domingo
O
Festival In-Edit chega pela primeira vez a Belém com a exibição gratuita de
filmes documentários musicais inéditos, entre curtas e longa metragens. No
evento haverá as estreias de “Dona Onete - Flor da Lua” e “Strobo”, que versam
sobre os processos criativos da cantora e compositora de sucesso nacional e
internacional e da dupla de inovação da música eletrônica formada por Léo
Chermont e Arthur Kunz. Esses dois filmes têm a direção do cineasta e
jornalista paraense Vladimir Cunha. Outro filme do festival é “Serguei, O
Último Psicodélico”, biografia desse símbolo do rock brasileiro, que foi
dirigido por Ching Lee e Zahy Tata Pur’gte, pseudônimos dos produtores
culturais paraenses André Kaveira e Élida Braz. Ao todo, nove filmes serão
exibidos entre amanhã e o domingo, 15, no cinema UCI, do Shopping Bosque Grão-Pará.
A festa de lançamento do festival acontece hoje, no Ziggy Hostel Club, a partir
das 20 horas.
“O
filme mostra que a Dona Onete canta o que ela é e ela é o que canta, pois todas
as músicas estão relacionadas com a vida dela, como Proposta Indecente, que é
baseada em experiências íntimas reais; Jamburana, pimenta (Queimoso e Tremoso)
e outras canções sobre comida, que estão relacionadas a quando ela aprendeu a
cozinhar; e o Chá do Tamaquaré, que amansa homem ou mulher, vem da vivência com
as erveiras do Ver-o-Peso. Não é exatamente um documentário jornalístico”,
descreve Vladimir.
O
longa mostra como Dona Onete tornou-se um grande nome da música popular
brasileira após enfrentar um relacionamento abusivo, além de reunir entrevistas
e um show com a personagem. Com duração de 71 minutos, o filme teve pré-estreia
no Festival In Edit de São Paulo, no dia 12 de junho, e, no segundo semestre,
será veiculado no Canal Brasil. Em Belém, será exibido amanhã, às 21 horas,
após uma sessão de bate papo com o diretor. “Ela não é uma artista qualquer,
tem algo de ancestralidade, de encantaria e de uma percepção peculiar sobre a
cidade e a capacidade de conseguir transformar em música tudo que a cerca”.
Já
o filme “Strobo” apresenta o ambiente urbano de Belém e das ilhas. “Somos uma
cidade com trilha sonora, por onde se vai se ouve o tecnobrega, tecnomelody,
brega, rock, guitarrada...”, descreve Vlad, que também assina o roteiro junto
com Léo Chermont. “Buscamos mostrar o universo da banda, a convergência de
cultura, de música e o jeito de fazer (música). Em vez de fazer uma entrevista
com o Strobo, a gente preferiu mostrar. O filme é uma ficção em que eles dois
(Léo e Arthur) chegam a Belém e vão sendo alimentados de música, que resulta
num show. O filme tem músicas tocadas ao vivo e trilhas compostas para as
cenas. Gravamos uma cena na ilha de Mosqueiro, no Combu”. O filme teve as
participações de Nazaco Gomes, percussionosta do Trio Manari; MG Calibre e
Claudinho, ex-dançarino do DJ Maluquinho. O filme com duração de 25 minutos
será exibido no sábado, 14, às 23 horas, com pocket show e presença do diretor
e da banda.
“Serguei,
O Último Psicodélico” percorreu vários festivais no ano passado. “O filme
ganhou quatro menções honrosas nos festivais de cinema do Rio de Janeiro, no In
Edit de São Paulo, de Cametá e também no Festival Tenetehara, em Capitão Poço”,
conta a atriz, performer, roteirista e cineasta Élida Braz. Ela e o marido,
André, são amigos de Serguei e produziram shows dele. O filme traz depoimentos
sobre as aventuras de Sérgio Bustamante, o Serguei, feitos por Angela Ro-Ro,
Alcione, Frejat, Evandro Mesquita e outros, incluindo declarações que confirmam
que ele se relacionou com Janis Joplin nos Estados Unidos, onde morou e
trabalhou antes dela obter sucesso. “O filme é uma homenagem para ele, para
incentivá-lo. Ele é um ícone do rock. Ele ajudou a fazer revolução
comportamental numa época muito difícil, da Ditadura Militar. Ele trouxe a
cultura rock n’ roll e psicodélica ao Brasil e participou de vários festivais”,
conta. O filme de 115 minutos de duração será exibido no domingo, 15, às 18
horas, seguido de um bate-papo com os diretores.
Dois
filmes estrangeiros também estão no festival: o norte americano “Olancho”, de
Ted Grisworld e Chris Valdes, e o inglês “My Life Story”, de Julien Temple. A
programação ainda traz os filmes nacionais “Ultraje”, de Marc Dourdin;
“Fevereiros”, de Marcio Debellian; “Dê Lembranças a Todos”, dos Irmãos Di
Fiori; e “Meu Tio e o Joelho de Porco”, de Rafael Terpins. Na festa de lançamento
do festival será realizada a exibição do documentário “Geração Baré Cola -
Usuários de Rock”, de Patrick Grosner, que aborda o rock de Brasília da década
de 90, apresentado a efervescência que revelou bandas como Raimundos, Little
Quail, Maskavo Roots, Raimundos e Geração Baré-Cola. O In-Edit surgiu em
Barcelona e há dez anos é realizado no Brasil. Em Belém, o evento é promovido
pela Se Rasgum Produções e In Brasil Cultural, sob o patrocínio do Bosque Grão
Pará através da Lei Tó Teixeira. O Festival segue de amanhã até o domingo, 15,
na Sala 4 do UCI do Shopping Bosque Grão-Pará (Av. Centenário, 1052, Val de
Cães), a partir das 19 horas, exceto no domingo, a partir das 16 horas.
Fonte/Foto: O Liberal/Everaldo Nascimento
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