ARTIGO/COPA: O PISÃO, O CANALHA E O ATOR
Repercutiu
em toda imprensa esportiva mundial a exagerada reação de Neymar ao pisão no
tornozelo que sofreu do mexicano Miguel Layún, na lateral fora do campo, aos
26′ do segundo tempo.
Neymar
se recompunha de uma das várias faltas que sofreu, estendido no gramado, e o jogador
mexicano se aproximou. Sorrateiramente, apoiou um dos pés sobre o tornozelo do
brasileiro. Ao sentir o contato, o brasileiro gritou e se contorceu como se
estivesse no meio uma convulsão.
Primeiramente,
é preciso dizer que o pisão não ocorreu por engano. Claramente intencional, foi
uma grande canalhice do mexicano, captada por uma das várias câmeras
auxiliares. Falhou gravemente o árbitro em não lhe expulsar.
Dito
isso, não é possível saber o quanto doeu. A reação do Neymar nos leva a crer
que foi tão intensa quanto a dor do parto. Eis o problema, um minuto depois
estava ele recomposto e serelepe em campo, correndo e chutando como se nada
tivesse acontecido.
Essa
vocação do Neymar para as artes cênicas acaba se voltando contra ele nesse tipo
de situação, quando o planeta comenta a encenação ao invés do atitute desleal
do seu oponente. Resultado de anos de prática. Difícil desfazer a fama de
‘charlatão’ a essa altura da vida.
Como
as redes sociais tem memória infinita, resgatou-se um vídeo de Tite em 2012
fazendo as mesmas críticas que o craque brasileiro recebeu do treinador
mexicano Juan Osório. Seis anos depois, pouca coisa mudou, a não ser o fato
dele ser o seu treinador na seleção. São incontáveis os memes com cenas do
brasileiro caindo, impossível não dar boas gargalhadas com eles.
Embora
o brasileiro alegue não dar ouvido às críticas, é impossível não perceber o
quanto essa fama prejudica sua carreira dentro dos gramados, fazendo-o
conquistar antipatia entre colegas de profissão, árbitros e ex-jogadores.
Craques usualmente são caçados em campo, mas nenhum se notabiliza como o
brasileiro em quedas cinematográficas.
É
o momento da comissão técnica chamá-lo para uma conversa particular e
recomendar fortemente uma mudança de comportamento. Contra Sérvia, houve um
avanço, mas o pisão causou-lhe uma recaída. Trata-se de um hábito tão arraigado
que ele não resistiu. É um vício. Talvez se houvesse um “cai cai anônimos ‘ que
ele pudesse frequentar, onde o testemunho de que ” não se contorceu na grama hoje”
pudesse ser compartilhado com colegas. Imagine como ele não se sentiria
orgulhoso em dizer que está “há 10, 20 jogos sem rolar” …
Brincadeiras
à parte, nossa torcida é para que Neymar seja notícia pelos seus gols, suas
assistências, seus dribles. E se for inevitável que sofra faltas, que o foco da
conversa seja na crítica ao faltoso. Para isso acontecer, o brasilero precisa
aposentar o ator.
Fonte/Foto: Blog do Victor/Getty Images
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