ARTIGO DEDOMINGO: NO FUTEBOL, SALVADORES DA PÁTRIA NÃO EXISTEM
Cristiano
Ronaldo e Messi são os melhores jogadores de futebol do mundo e detém o
monopólio desse título nos últimos 10 anos, igualmente divididos entre eles.
Essa Copa talvez marque o advento de novos tempos, já que ambos, com 33 e 31
anos respectivamente, dificilmente conseguirão manter-se no mesmo altíssimo
nível em que jogam, agora que começam a sentir o peso da idade nos ombros.
Ainda podem, quem sabe, jogar mais um Mundial, mas certamente sem o
protagonismo de hoje.
Ronaldo
fez muito pelo futebol português, alçando-o a outro patamar. Em seu tempo, o
pequeno país ibérico conquistou uma Eurocopa na França, um vice campeonato
europeu em casa e foi semifinalista de um Mundial. Bastante, para quem vivia
das longínquas recordações de Eusébio.
Não
se pode dizer o mesmo de Messi, esse genial argentino ‘barcelonês’, criado nos
gramados da Catalunha, a quem coube resgatar a Argentina dos legendários tempos
de Maradona. Falhou nesse intento, com dois vices em Copa América e um mundial
no Brasil, nem tanto pelos resultados, muito aquém do que a Argentina já
conseguiu em dias melhores, mas principalmente pelo fato de que nesse período,
a Argentina de futebol vistoso e competitivo quase nunca deu as caras. Era um
raríssimo espasmo.
Com
gente tão genial, é natural que os esquemas de seus times fossem muito
dependente dos seus maestros. O individual prevalecendo sobre o coletivo. O
resultado normalmente é conhecido e se traduz em fracasso. Em um dia não muito
inspirado, tão corriqueiro para qualquer humano, quem daria conta do recado?
A
Argentina até teve uma boa fornada de talentos individuais nesse período, uma
geração desperdiçada pela incompetência para montar uma equipe. Já em Portugal,
o abismo entre CR7 e seus pares é maior, e o conjunto nunca foi mais que mediano.
O Brasil de 2014 seguiu a mesma tendência , absolutamente dependente de Neymar,
e quando esse se ausentou, jogou como um time de várzea e perdeu como tal.
O
fracasso dos maiores jogadores de futebol do mundo em Copas é um grande exemplo
de que não existem salvadores da pátria. Sua genialidade pode decidir uma
partida e sua liderança técnica essencial para um título, mas serão sempre
menores do que a competência coletiva pode produzir.
Não
é difícil extrapolar a realidade do futebol para a vida, particularmente em um
ano eleitoral extremamente importante para o Brasil, um país conhecido por seu
apego às figuras paternas de salvadores da pátria. Não é esse o caminho.
Salvadores
da pátria sem uma equipe à altura são o prelúdio do fracasso.
Fonte: Blog do Victor
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